sexta-feira, 30 de abril de 2010

Metáfora de 2010 sobre a crise econômica de 2008

Um viajante chega a uma cidade e entra num pequeno hotel, onde saca duas notas de R$ 100, põe no balcão e pede para ver um quarto. Enquanto o viajante inspeciona os quartos, o gerente do hotel sai correndo com as duas notas e vai ao açougue pagar suas dívidas com o açougueiro, que pega as duas notas e vai até um criador de suínos a quem, coincidentemente, também deve R$ 200. O criador, por sua vez, corre ao veterinário para liquidar uma dívida de... R$ 200. I veterinário, com as duas notas em mãos, vai até a zona quitar a dívida com uma prostituta. Coincidentemente, dívida de R$ 200. A mulher sai com o dinheiro em direção ao hotel, lugar onde, às vezes, leva clientes, mas que nas duas últimas vezes não tinha pagado pela hospedagem. Valor total da dívida: 200 reais. Ela diante do gerente avisa que está pagando a conta e coloca as notas sobre o balcão. Justo neste momento, o viajante retorna dos quartos, pega as duas notas de volta, agradece e diz não ser o que esperava, saindo do hotel. Dívidas foram pagas, mas ninguém ganhou um vintém, embora a cidade teve a confiança no crédito restaurada, o que abre perspectivas para um futuro melhor.

Correio da Lapa comentando:
Essa história chegou num email como um spam a advertir que ninguém deve pretender entender de economia: Moral da História: Só o hotel ficou no prejuízo: não recebeu os 200 reais devidos pela prostituta. O hotel é o governo. A prostituição é o setor financeiro, que se traveste ora de puta, ora de viajante, mas que sempre paga a quem não consegue receber nem tem competência para, no devido tempo, compreender que o que devolveu ao setor financeiro foi um prazer que não recebeu. Ou melhor dizendo: o governo perde o dinheiro que só ele tem direito de imprimir. Perde sempre por incompetência. O governo, por sua transitoriedade democrática, é refém dos que vem e vão, não importa em que situação, porque estão sempre fodendo o hotel, se valendo de suas mordomias sem por elas nada pagar. E o governo, prestando ou não o serviço devido, a hospedagem, nunca recebe porque vive de cobrar impostos apenas para pagar juros, que estão na contramão dos investimentos em produção,juros que geram desconfiança no sistema de crédito, geram desemprego e por último a ilusão de que nunca virá o dia em que o açougueiro e o criador de porcos vão mandar meio mundo comer merda em vez de carne. (Por Alfredo Herkenhoff)