quarta-feira, 1 de julho de 2009

Lula: DEM e tucanos querem ganhar o Senado no tapetão

Correio da Lapa - notícia ligeiramente comentada

Hoje o PT oscilou entre pedir e não pedir a Sarney que se afaste da Presidência do Senado para que um processo de moralização da Casa pós-atos secretos não se desmoralize antes mesmo de começar.

O presidente Lula disse hoje na Líbia que se José Sarney se afastasse não traria benefícios às instituições e afirmou que vê nesse movimento Fora Sarney uma tentativa da Oposição ganhar o Senado "no tapetão". Soa exagerada frase. O PMDB tem a maioria e faria a sucessão de Sarney. O que DEM e tucanos podem e estão fazendo é ganhar terreno eleitoral, eleitoreiro.

Disse Lula: "O DEM e PSDB querem que o Sarney se afaste para o Marconi Perillo (senador pelo PSDB-GO e primeiro vice-presidente do Senado) assumir, o que não é nenhuma vantagem para ninguém", afirmou Lula, acrescentando: "A única vantagem é para o Marconi Perillo e para o PSDB, que querem ganhar o Senado no tapetão. Assim não é possível. Isso não faz parte do jogo democrático."

Horas antes, no blog do Ricardo Noblat, este titular disse que a presidência do Senado nas mãos de Marconi Perilo seria terrível para Lula, que não gosta dele. Nolbat explicou: "Lula o detesta. Foi Perilo que alertou Lula sobre o pagamento de mesadas a deputados federais muito antes de Roberto Jefferson detonar o escândalo do mensalão. Lula não deu bola ao que ouviu de Perilo. E Perilo, depois, lembrou publicamente que advertira Lula a respeito".

A renúncia obrigaria o Senado a eleger um novo presidente em um prazo de 45 dias. Como dono da maior bancada, o PMDB indicaria o nome para substituir Sarney. E, claro, substituir também Perillo pós-mês e meio.

Ainda de acordo com o blog do Noblat, é possível que Lula demova Sarney da decisão de renunciar, mas não é provável. Sarney poderá argumentar que foi abandonado pelo próprio partido do presidente - o que é verdade. E encerra Noblat: "Pela manhã, o senador petista Aloizio Mercadante (SP), o líder, e Ideli Salvatti (SC), a líder do governo no Congresso, visitaram Sarney em sua casa esta manhã e lhe propuseram duas coisas: o afastamento temporário e a criação de uma comissão de senadores e funcionários para cuidar da reforma do Senado. Sarney acolheu a idéia da comissão. Recusou a proposta de afastamento. No início desta tarde, a bancada voltou a se reunir. E anunciou pela boca de Mercadante que era favorável, sim, ao afastamento de Sarney. Mas como Sarney disse que não se afastaria, o PT decidiu não fazer um apelo público para que ele se afaste".