Editorial pró Sean e David!
O consulado americano informou que ofereceu entrada de carro pelo lado, mas a avó e o padrasto que afrontaram legislação, bom senso e acordos internacionais, teriam preferido estacionar o carro com o menino Sean Goldman do outro lado da rua da missão diplomática no Centro do Rio de Janeiro. Os adultos com isso propiciaram um teatro midiático, provocando um último constrangimento num imbroglio em que o garoto de nove anos sempre foi à vitima. Triste despedida.
Anos atrás, o menino Pedrinho, sequestrado na maternidade pela maluca da Villma, optou aos 18 ou 19 anos a viver com a mãe o o pai vedadeiros, e aqueles sim poderiam ter sido chamados de pais biológicos, porque nunca mais puderam ver o filho desde o dia do nascimento. Mas chamar o pai David Goldman de pai biológico, como faz a midia brasileira, é a parte que cabe a um mau jornalismo no caso enerrado neste 24 de dezembro de 2009.
A avó na pele impossível de mãe escreveu carta patética a Lula, sugerindo que o Brasil afrontasse leis nacionais e internacionais. Apelo desumano, que até se compreende por partir de uma mulher que perdeu entes queridos hoje, e há um ano e meio, morte da filha quando pariu uma neta. A avó ainda choramingando, como se o neto tivesse sido vendido...! Meu Deus! Quanta bobagem no meio do seu verdadeiro sofrimento! Ela foi mal orientada ou orientou mal o padrasto, um advogado querendo atropelar a lei?
Sean Goldman seria um menino anormal se não quisesse pemanecer com a vovó que lhe dava carinho e atenção. Agora o garoto receberá atenção e carinho do pai, do avô, da comunidade judaica, dos cristãos que estão na Casa Branca, enfim, de toda uma sociedade rica e poderosa e que estava escandalizada com o Judiciário brasileiro no meio dessas tentativas absurdas de um advogado no papel de padrasto desejoso de afrontar as leis e, por isso, agindo como mau advogado e mau padrasto.
Daqui a alguns anos, Sean vai continuar torcendo pela Seleção Brasileira, mas talvez acabe gostando também de baseball e do basquete da NBA. Nos EUA, Sean correrá menos riscos de morrer assassinado como as 7.600 pessoas que perdem a vida todo ano no Rio de Janeiro.
A devolução de Sean ao seu pai salvou o meu Natal.
Feliz Natal para todo o Mundo, para cada família, incluindo as que estão tristes com a perda do menino e as que têm uns membros bobalhões, gente que chegou a escrever na internet que a mãe de Sean, a Bruna, teria sido assassinada no parto em agosto de 2008. Quanta cretinice rolou inutilmente, apenas aumentando os eventuais danos psicológicos que o garoto agora vai ter de começar a superar!
Feliz Natal, Gilmar Mendes! O presidente do Supremo - não me simpatizo nada com ele nem com a maioria dos outros ministros - agiu espertamente e dentro da lei. Cassou a liminar do colega Marco Aurélio na hora exata. A ordem de Gilmar em tese poderá ser revogada pelo plenário do egrégio tribunal, mas como o Sean Goldman já partiu, não teria efeito nenhum. O Supremo, apesar de tantos erro em 2009, não parece ter vocação para imitar o padrasto e a vovó.
Feliz Natal, David e Sean!
Por Alfredo Herkenhoff