quarta-feira, 20 de maio de 2009

Obama e internet: exemplo para sucessão no Brasil

Editorial do Correio da Lapa, blog sem ideologia


Este blogue Correio da Lapa ameaça mudar de nome. Correio é termo para jornal remetendo a um tempo antigo. Lapa é um nome comum. O reduto da boemia carioca está com a infra-estrutura em frangalhos. Correio da Lapa é uma espécie de panfleto à antiga sem um mínimo de estrutura. É blog-jornal em frangalhos, como o bairro carioca é um luxo sem um mínimo de estrutura. Mas tudo isso nem chega a ser relevante com a internet levando o Correio da Lapa na velocidade da luz aos seus olhos.


O fundamental é que o Correio da Lapa, como um espaço pessoal, não tem ideologia visível, não tem partido, não é partidarista, não faz campanha contra nem a favor de nada e de ninguém em matéria de política e religião. O Correio apenas defende o direito de refletir contradições. Aqui posições de direita e esquerda têm as mesmas regalias. Nada de neutralidade, porém, quem não está com o Correio da Lapa está contra o Correio da Lapa, vale dizer, está a favor do status quo, da grande imprensa, do dinheiro, dos favores, do lobby e do tudo como dantes... A elite formando a consciência do eleitor...


Mas Barack Obama, ninguém esqueça, foi eleito pelos brancos de olhos azuis. Obama furou a fila da elite que tinha apoio da grande mídia americana na sucessão de George Bush. Os negros americanos são 8%, salvo engano. Obama ganhou corações e mentes dos brancos azuis via internet. Obama furou a fila dos políticos tradicionais porque mostrou que, dos candidatos, era o menos pior.


O Correio da Lapa é isso, espaço infinito para todo mundo, e que sobressaia o coração melhor. Viva o senador Cristóvão Buarque!


Num dia, o Correio da Lapa parece do PCdoB. Viva o ora saudoso poeta marxista-leninista Mario Benedetti. Noutro dia, é Partidão. Viva Oscar Niemeyer! Noutro, o CdL é lulista. Dilma lá, fora do hospital e na Presidência da República. Noutro, é liberal. Essa crise mundial não acabou nada com a força do mercado globalizado. A crise apenas exibiu a irresponsabilidade da jogatina financeira com títulos sem lastro, sem garantia. A crise apenas exibiu a força dos Estados, dos governos, como agente maior da economia. Mas não acabou com a globalização e muito menos com a competição desenfreada. Num dia, o Correio da Lapa acorda defendendo o PMDB, esta federação difusa que congrega gente boa e ruim Brasil afora.


O Correio da Lapa não quer ser nunca neutro. O neutro sempre defende o mais forte. O blog pessoal prefere sempre ser ou tentar ser um reflexo do que pessoas possam estar pensando e desejando. Participe. Aqui não tem lobby´. Este bloguezinho é apenas uma base aliada da liberdade, do direito de defesa e da surpresa dos ataques. Ataque alguém, a vida fica mais rica com os duelos mentais.


Abaixo o imperialismo americano. Viva a democracia do Partido Comunista Chinês.


Será que o Correio da Lapa é anarquista? Seu editor nem sabe em quem vota e crê que até na hora de teclar na urna eletrônica ainda lhe restará dúvida. A não ser que Lula arregaçasse as mangas e assumisse: se é para o bem geral da nação petista, diga ao povo do Congresso que topo tentar ficar com uma emenda constitucional e disputar um terceiro mandato... Aí sim, o Correio da Lapa ficaria enormemente satisfeito porque a política com a perspectiva de um terceiro mandato iria pegar fogo, mais uma vez, pegar fogo tal como na semana passada e na semana que vem. Longa vida para o Estadista Lula, a meio caminho de se igualar ao caudilho trabalhista Getúlio Vargas e ao imperador do iluminismo Dom Pedro II como os três mais importantes da História Política do Brasil.


Participe com sua ideologia, aproveite a boa vontade deste espaço: o Correio da Lapa se sente mais livre por não saber se é contra a favor, critica mas não condena, defende mas não põe a mão no fogo por ninguém nem por ideia nenhuma. Só a liberdade mantém o Correio da Lapa. O Correio da Lapa apenas reflete, reflete, reflete... E talvez mude de nome. No pior cenário, talvez feche as portas como aventura mental natimorta, seria apenas mais uma nesses tempos digitais ou de sufoco midiático.

Em frangalhos significa sem gás... Cortaram até o da cozinha...

Por Alfredo Herkenhoff