Bombas inteligentes (smart bombs) para matar piratas
A reunião secreta vai gerar uma boa manchete, mas apenas quando vazar a notícia nos jornais brasileiros dizendo que o presidente Lula Guran empreendeu viagem misteriosa para se divertir sem a sua primeira-dama a tiracolo. De fato, Lula Guran estava bem alegre e faceiro tanto ao chegar à reunião na Caverna da Caveira quanto no momento em que decolou com seu jato de volta para a América do Sul.
Apesar da discrição, Obama, sem a sua Michele e as filhas, estava também bem à vontade. Tiramos, quer dizer, ele tirou muitas fotos. Até o meu cão apareceu com o cachorrinho das filhas de Obama. O presidente americano disse ter trazido o Bo porque queria uma foto com o Capeto.
A imprensa dos Estados Unidos, na esteira das manchetes brasileiras, vai querer saber tudo sobre a viagem secreta de Barack Obama e Lula Guran à minha caverna. Mas iludi o núcleo mais fechado e reduzido dos serviços de inteligência de Obama de modo que não poderiam apontar a localização exata da minha casa na mata fechada.
Claro, vários pequenos segredos virão à tona. Meu cafofo de pedra nunca ficou na Ásia, como andaram especulando. Nem nunca no Oeste da África, mas aqui bem perto da terra dos pigmeus ancestrais do Obama. Perder parte deste segredo sobre Bengala é o preço que se paga com a contínua destruição da África.
A conversa foi informal. Os agentes de segurança de Obama e Lula Guran ficaram a alguns bons quilômetros da selva, o quintal da minha casa.
Produziram-se visões (Obama disse que era insights) positivas sobre a crise financeira mundial e a crise da pirataria. A tendência beirou sugestões para um imediato bombardeio dos esconderijos dos piratas, ideia dos americanos. Obama mencionou a perspectiva de bombas inteligentes (smart bombs) sobre a Somália para matar os piratas ("to fuck pirates"). Ponderei que o caso era mais complexo e delicado.