terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Assim vi meu Botafogo se transformar

Por Cláudio Jorge

Meu amigo Cristiano Menezes, radialista botafoguense, entrevistando o Joel Santana antes de sua estréia, recebeu do técnico a declaração de que futebol tem que ser jogado com alegria. E foi assim que eu vi meu Botafogo se transformar nas últimas semanas no Império do Humor e ser o glorioso campeão da Taça Guanabara de 2010 neste último 21 de fevereiro. Acordei cedo neste dia para cuidar de questões burocráticas que vêm me atormentando ultimamente, mas sabia que a partir da hora do almoço a coisa ia ser boa. O aniversário do João Miguel, filho do músico e cantor Marcelinho Moreira, ambos botafoguenses, era o destino, bem ali por perto do Maraca.

Minha mulher, flamenguista, se comportou à altura, pressentindo que o dia iria terminar do jeito que terminou.

Não foi mole não. A decoração da festa do João foi baseado nas cores e bandeira do time. Bolo, toalha de mesa, bolas, bandeirão e muita gente vestindo a camisa do clube. Chope gelado e um baita churrasco. Quer dizer, o cenário estava pronto e todo mundo confiante que a vitória sobre o Vasco viria.

Começa o jogo, a gente no sol do play, clima de arquibancada, uma televisão sem som e o som nas caixas começa a tocar um disco do Luiz Carlos da Vila produzido por mim. “A luz do vencedor". Caramba! De alguma forma o botafoguense Luiz veio pro jogo torcer com a gente. Não ficou por aí. O outro João, filho Paulinho Albuquerque, ambos alvinegros, pediu a mãe para assistir o jogo ao meu lado. Putz!, pensei comigo. Isso vai dar caldo. Final do primeiro tempo. Mais uns chopes, umas coxinhas, a essa altura a roda já tava formada. Marcelinho, Hamilton de Holanda, Rogério Caetano, Rogê, sambas, chorinhos, alegria total prenunciando um final feliz, mas o frio tava lá na barriga, na expectativa do segundo tempo. Os vascaínos que por lá estavam mantinham-se discretos por conta da pressão alvinegra, não só em quantidade mas por conta mesmo do cenário. O Engenhão era ali.

Segundo tempo, perdi meu lugar em frente a TV e fiquei torcendo de longe. Gooooooool! do Botafogo aos vinte e poucos minutos. Expulsão de dois mal educados do Vasco e Gooooooooool! do Botafogo, de pênalti. Marcelinho pega o João no colo, corre pra arquibancada, quer dizer, corre pro bolo e aí rolou o maior parabéns pra você da história com as bandeiras desfraldadas, só faltaram os fogos. Paulinho, Luiz, que bom que vocês vieram pro jogo. Comemoremos.

É! CAMPEÃO... É! CAMPEÃO... É! CAMPEÃO...