quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Dr. Apagão, última fantasia de 1 noite de propaganda

Dr. Apagão, última fantasia de uma noite de propaganda


Imitação barata do Fernando Henrique do Movimento Vaidade Sem Fronteiras

20 Estados, 800 cidades, 60 milhões, e o Rio de Janeiro e São Paulo ficaram às escuras por quatro horas ou mais

Um fez bolsa-escola, o outro mudou o nome e ampliou bolsa-família

Um nomeou um advogado de 41 anos e biografia pífia para o Supremo. Nomeei também um jovem de 41 e biografia semelhante.

FHC teve uns apagõezinhos, enfrentou falta d'água. Não vou deixar barato, preciso de meu Apagão ainda mais esplendoroso.

Enquanto isso, fontes jornalísticas do Financial Times, em Londres, sede dos Jogos de 2012, já especulam, nas internas, desde a derrubada do helicóptero da polícia carioca, sobre a existência de um plano B de retirada do Rio da condição de sede das Olimpíadas de 2016.

Os mesmos projéteis que podem derrubar um helicóptero seriam capazes de derrubar um grande jato comercial aterrissando qual pássaro frágil na Ilha do Governador ou no Aeroporto Santos Dumont.

A política de confrontação policial é vista pela população nas favelas como uma forma de terror do Estado Legal.

Hugo Chávez, da lanternina, banho de dois minutos, daqueles delírios ideológicos falando em guerra com a Colômbia, em vez de plantar o repolho que nem existe mais na Venezuela, segue fazendo a mesma propaganda de sempre. Hugo Chávez não é socialista nem bolivariano. El Supremo es una cucaracha de mierda. Dá uma de doido, podemos rir dele, mas ele se lixa porque o povo de lá não o retira do Trono da Ditadura do Proletariado Caraquenho.

Lula, uma sirene de pilha acendeu na testa de Dilma Rousseff. Se foi o MST, ou se foi apenas uma falhazinha no sistema de transmissão, pouco importa se uma ventania na torre, se obra de piratas da informática. A escuridão se abateu na sua luz, presidente Lula. A sua propaganda iluminou a escuridão. O Senhor está cercado de assessores incompetentes e corruptos.

O Apagão só acontece nas horas noturnas porque assim como você imita FHC, o blecaute precisa de visibilidade. O Dr. Apagão é o príncipe da Verdade, é o outro lado da moeda da sua propaganda interminável.

O sistema da incompetência está nu. Exibe as partes íntimas nas trevas da publicidade.

O Hospital de Bauru sem gerador de energia. Apenas uma propagandinha inútil de uma Secretaria de saúde do Estado de São Paulo, ou da UPA do governador Sérgio Cabral, consome verba suficiente para salvar bebês em UTIs.

Graças à escuridão, decidi mudar meu voto. Iluminei-me de coragem. Vou votar em qualquer nome que Lula me ou nos pedir. Dilma, Marina Silva, Ciro Gomes, Jacques Wagner, Michel Temer. Vou votar com fé porque já não tenho dúvida: não acredito que Edir Macedo acredite em Deus.

O Fluminense, como o Vasco da Gama, quer certeza 100 por cento. Se ganhar as quatro partidas finais do Brasileiro, quase certamente escapará do rebaixamento. Mas mesmo se chagar aos 48 pontos máximos possíveis, ainda restará 0,.0001% de chance de o Flu cair para a segunda divisão. Portanto, o Fluminense ainda não depende só de si do ponto de vista da paixão vascaína, com aquela torcida comemorando a volta à Série A no sábado passado, apenas porque atingiu o 100%, ou risco 0 de não subir. O Vasco, já praticamente campeão da Série B, ainda quer o tal risco zero, o título 100%, o que deve acontecer no sábado em São Januário.

O futebol é rigoroso com os números. O sistema elétrico, não.

Como Lula imita o melhor e o pior de FH, vamos votar na imitação sucessora. Tapamos o nariz, mas nós, brasileiros, vamos eleger Dilma apenas porque Lula pediu, e Dilma, diversamente do seu amigo Hugo Chávez, já errou tudo que precisava no passado. Vai se revelar uma mãezona. A ex-ministra de Energia poderia até se sentir ameaçada com o Dr. Apagão invadindo a sala escura de seus eleitores. Afinal, ela tem responsabilidade nesse caos. Mas ainda sim, com duas presidentas sul-americanas, Chile e Argentina, o Brasil não poderia ficar para trás. Vamos eleger uma mulher que, depois dos 60, quer aprender a sorrir. Vamos ensinar a futura mandatária a ser mais feliz. Viva o Sexo Frágil no Escurinho do Cinema.

Por Alfredo Herkenhoff
Aliado do Dr. Apagão
Correio da Lapa