Goldman versus Goldman
Analistas de ações individuais são conhecidos nos EUA como estrategistas botton-up. Eles, normalmente, são bem mais otimistas do que os seus colegas do departamento top-down, denominação dos que olham para a fotografia inteira, para a cena macroeconômica geral, ao invés de se aterem a empresas isoladamente. No Goldman Sachs, atualmente, de acordo com dados colhidos pela Bloomberg, a discrepância entre as duas visões anda exacerbada, exemplificando a radical divisão de opiniões que existe agora no planeta inteiro. O primeiro grupo, o mais esperançoso, apregoa que haverá uma retomada de 2% nos gastos em capital nas companhias americanas, o que elas farão por perceberem um quadro de genuína recuperação econômica. Se esse for o caso, então, o recente rali mundial nos mercados acionários seria, pelo menos em parte, justificado. Os top-down, ao contrário, dizem que os gastos de capital dos EUA recuarão 15% em 2010. Se concretizada, será a maior queda em investimentos corporativos no país em mais de 25 anos. Neste cenário, o mercado de ações estaria, hoje, enveredando rumo a um lençol de areia movediça.
Fonte: Jornal do Commércio - Rio de Janeiro