segunda-feira, 20 de abril de 2009

Flamengo campeão da Taça Rio. Cuca se salva

Título representa fim de um estigma para o técnico Cuca

Deu no jornal O Globo desta segunda-feira, 20 de abril, sobre a vitória do Flamengo


Por Carlos Eduardo Mansur

Nada como uma decisão para derrubar estigmas. E a vitória por 1 a 0 do Flamengo sobre o Botafogo, ontem, que valeu a conquista da Taça Rio, foi um destes jogos. Cuca que o diga. O técnico é vítima de vários daqueles rótulos do futebol. Tem fama de supersticioso extremado. E após dois títulos seguidos da Taça Rio - ontem ganhou o terceiro - e derrotas em finais de Estaduais, ganhou fama de pé-frio. Mas, ontem, o gol contra do alvinegro Emerson e a história da final podem obrigar muita gente a rever conceitos. O Flamengo ganhou o direito de reencontrar o Botafogo em mais dois domingos no Maracanã. O sonho do quinto tricampeonato estadual está vivo. Se conquistar seu 31º título, o rubro-negro terá, pela primeira vez, a hegemonia na história do torneio.

- Eu tenho é fé. Sou católico praticante e minha religião não me permite superstições. Não é porque perdi finais que não sou bom. Uma hora a bola entra. Eu chego sempre - disse Cuca, agradecendo à torcida do Flamengo. - Adorei o reconhecimento. Tenho carinho pela torcida do Botafogo. Não tenho raiva. Ganhando o Carioca, se Deus quiser e ele quer, ainda vão dizer que só ganhei um título. É assim mesmo.

Cuca diz que amadureceu. E ontem, andou mesmo desafiando suas superstições. Suspenso, havia visto o Flamengo reagir no Estadual de cabines de rádio. Ontem, voltou ao campo. E logo na final, mudou de camisa. Usou uma pólo, com o escudo do clube bordado, mais fashion e menos esportiva. Mudou sem exagerar. Com isto não se brinca. Cuidou o tempo todo para que houvesse, em linha reta, três copos d'água em cada vértice da área técnica. Bebia um gole e recolocava. Com as duas mãos, segurou 90 minutos um terço.

- A camisa é boa, não encharca de suor. E olha, mudei a cor do colete no intervalo por acaso - disse. - O rosário eu carrego sempre comigo.