terça-feira, 11 de agosto de 2009

Política da futrica dos insultos nas rodas do Jobi frequentado por Joaquim Barbosa

Papo de botequim não costuma ser levado a sério, mas agora está cristalizado sob forma de instantaneidade do Correio da Lapa: os termos abaixo, alguns grosseiros, não representam nem 1% dos impropérios proferidos de fato na libação a R$ 4,40 um copinho de chope. Eis mais ou menos o que se deu, não importando, nos parágrafos a seguir, quem disse ou quem ouviu. Mas se deu mais ou menos o que você vai ler agora e se deu num clima de "beborragia":

Se eu me chamasse Renan Borbagato, Renan Herkenhoff da Cascata, Renan Barbosa do Babado, Renan Machado das 11, eu teria vergonha do meu nome. Eu poderia ser Borbagato Machado da Tiburcina, Alfredo Caga-Sebo, Barbosa Um Dois Três do Cacete a Quatro, tudo, menos este nome que parece andar pari passu com a miséria do Brasil no todo e no Estado de Alagoas em particular.

Pegou pesado, mas concordo.

Se eu me chamasse Armando Pulo da Pulga Sarney, Francisco Ilurdino Sarney, Luarlindo Titica Collor Sarney, Henrich Herkenhoff Collor, eu também teria vergonha, mas... Ser ou não ser... Quem vem lá?

E se eu me chamasse pomposamente Alfredo Renan Sarney Herkenhoff Collor Virgílio da Silva Quércia Serra Pelada? Eu enfartava antes da segunda calvície.

Tintim!

Nada sabemos, eu, Barbosa, Machado e milhões de brasileiros, quase nada sabemos sobre a situação social do Amapá: manganês, música de Chico Buarque, Eike Batista, Serra do Navio, mineração, búfalos, guianas e bodes, quase nada mais. Estamos ferrados, nossos votos não valem quase nada comparados aos votos de maranhenses, alagoanos e amapaenses.

Três estados miseráveis, IDH de chongas, políticos representantes da quinta categoria dos infernos, por denodada e comprovada incompetência no plano nacional, e ainda temos de ouvir a mediocridade tonitruante, tonitruando e mandando o lado menos pobre e mais informado do Brasil engolir nossas próprias reflexões.

Vamos falar de futebol, cara! Lula é coritinhiano e está prmovendo o desmonte da base aliada.

Nós, imensa maioria torcendo para o desenvolvimento de Alagoas, Maranhão e Amapá, por sua gente valorosa e vítima, não valemos nada para esses congressistas. Eles querem estar bem na fita apenas para os eleitores nos três estados. Com isso, garantem a mordomia do auxílio-moradia, a proximidade com os poderes constituídos na Capital Federal, a política de aliança-escambo nas votações das MPs, os ternos caros, as amantes, as mansões, as fundações em nome da vaidade, e que se lasquem os pobres nortistas e nordestinos.

Bravo, AC Miranda! Isso mesmo! Esse pessoal não vale nada! Viva Joaquim Barbosa! Olha ele ali chegando, Narciso!

Você concorda, Paivinha?

No Ceará não tem disso não, o pessoal cai dentro, cearense vem ralar pesado, mas gosta do Ceará, volta, visita, ajuda, qualé?

Triste ler nas palavras de ministros do Supremo que o que eles pensam é algo bem distante de nossas necessidades no Leblon. Com a tecnicalidade da processualística, defendem o deles all the time. Eles ficam com salários de 25 mil reais plus otras cositas. Nós ficamos com a merenda escolar, o Bolsa-Família, a fila inteminável no tempo e no espaço. Hasta quando patientia nostra? Quer um exemplo? É aqui do lado, vai ali no Hospital Miguel Couto com uma torção no tornozelo ou uma lancinante dor na coluna. Emergência é o cacete! Ali não tem o Fantástico Show da Vida!

Viva Hugo Chávez, é botar pá quebrar merrrrmo! Tá maluco, Ô!?

Viva as bases militares americanas na Itália, na Inglaterra, na Alemanha, na Turquia, Diego Garcia etc e tal. Não fossem elas, o mundo seria um imenso Maranhão, um enorme Amapá, e as forças nazistas e fascistas do Arroyo a Tóquio estariam, todo ano, comemorando a vitória do Eixo do Mal e imperial na Praia dos Franceses, em Maceió. E Renan nessa história inventada cairia bem como um adesista de sempre na linha de sucessão das gerações da política de puxa-saco do poder maior.

E nesses países não é Colômbia não, são bases militares de fato, com dezenas e dezenas de jatos de guerra prontos para decolar 24 horas por dia. E você, de carro numa estrada, pode ver na Itália por exemplo que a cada década esses aviões mudam de forma, são cada vez mais modernos, mais letais como arma de dissuasão. As bases não têm muros altos como os fortes do Velho Oeste. São pistas de avião cercadas com grade transparente e vigilância high tech. A criançada até gosta de ver os caças americanos...

O italiano comum está mais preocupado em cantar Vamos a la playa, visitar amigos em Manhattan, dividir uma boa pasta, ah os spaghetti... O bel canto, a poesia, a moda, Milano, il Duomo. Milão, onde num posto de gasolina enforcaram o Capo, no último grande linchamento político do Século 20.

Cadeia pra Sarney! Fora Sarney é pouco!

Pára de gritar, cara, olha o direito de defesa, colega. Aí, Pires, me vê mais um chope, amigo!

Sarney, Collor e Renan, guardando as devidas desproporções, estão para o Brasil como Hugo Chávez, Evo Morales e Manuel Zelaya estão para a América Latina. Todos eles se achando donos da verdade. Evo Morales está armando a fogo nem tão brando uma guerra civil na Bolívia, ou um quase-separatismo: a Baixada de Santa Cruz vizinha ao Brasil se armando contra o imperialismo da miséria nos píncaros andinos. Compreende-se o ressentimento incaico depois de séculos de colonização e exploração por estrangeiros e pela pequena elite local. Mas é triste ver que a resposta de La Paz é La Guerra, é mais miséria, menos investimento, quase nada além das esmolas da amiga Venezuela e de umas aplicações do Brasil pelo gás. A cultura e a grana da Baixada Boliviana... Parada forte, perigo à vista.

Hugo Chávez, compreende-se o fenômeno, 50 anos de fartura de petróleo, mas Caracas, a sua alta burguesia, como os milionários indonésios de Djacarta, torrando a liquidez com comprinhas no luxo das capitais do Mundo. Sim, compreende-se que haja fermento para este bolo bolorento crescer, e está crescendo depressa o número de adeptos ou simpatizantes de Hugo Chávez.

Eu gosto de Hugo Chávez! O Brasil precisa de um Hugo Chávez também?

Você gosta, tudo bem, faça bom proveito do seu gosto! Tente me convencer... Fica quieto!

Deixa eu falar, caraca!

Este tenente-coronel repete comprinhas, só que em vez de Miami, são 100 mil kalashnikov para calar a boca dos pobres sul-americanos. A censura está instalada. No Aerporto de Caracas a livraria nem pode mais vender títulos de Garcia Márquez e Mario Vargas Llosa, entre outros. A censura atinge até livros e livrarias.

A popularidade dele, Hugo, e do Evo Morales aumenta no Brasil dia após dia. Ha ibopes que até o ibope desconhece. Aumenta também a raiva contra esses palhaços, olha a cizânia, olha a divisão que o chefe amigo de Lula está fazendo aqui dentro do Brasil. Chávez já dividiu a diplomacia brasileira, sempre tão unida e denodada. Tem o Itamaraty de um lado, e enfraquecido, e o Instituto PT a Bordo, o conselheiro Marcos Aurélio Garcia, chanceler de fato e bajulando escandalosamente os malucos na vizinhança.

Mas como compreender os nordestinos? Como? Por que votam nesses crápulas da ineficiência? Há uma explicação. Eles são detentores de poder regional, dominam a máquina pública e a comunicaçao social no plano paroquiano.

E a Rede Globo, tão poderosa, quase tanto quanto o próprio Palácio do Planalto, por que não passa sufoco como Lula em nome de governabilidade? A Globo tem suas afiliadas, e entre estas sócias, emissoras desses coroneis da política em inúmeras praças de Norte a Sul, mas as Organizações ficam na dela, é tudo mero contrato comercial, a Venus Platinada dá circo, cultura, jornalismo e mais e mais circo. Pão e os leões ficam por conta deles lá no Norte e Nordeste às vésperas das eleições. A Globo está mais preocuapda é com o crescimento do Bispo Macedo, outro crápula, lobo em pele de cordeiro, distribuindo mentiras em forma de falsos milagres, falso profeta distribuindo bundas e realities em doses iguais na imitação do que é oferecido por Pedro Bial...

Bial estava aqui ontem, manera aí, Ugo Psicanalista...

Pois com emoção controlada pelas mídias regionais, com a farinha e água nos dias mais secos às vésperas de um primeiro turno, e com o Bolsa-Família do Irmão Lula, garantindo mais farinha e água, quem é que vai votar contra esses lídimos integrantes da base aliada? Quem vai proibir o curral eletrônico que abarca tantas famílias, milhões rodando a bolsinha da fome, retribuindo os pequenos favores não com sexo, mas com votos, quase a mesma coisa?

Como é que é, sexo e voto, quase a mesma coisa?

Quando uma pessoa vota contra, duas pessoas não beijam. Anal só com anuência.

Pegou pesado, heim cara.

Só no Jobi rola um papo tão aberto com mulher na mesa, e mulher fina, mandando ver.

Acho que eu sou a mulher que mais xinga no Brasil. Xingam até no Senado, eu xingo o tempo todo no trabalho, por que não vou xingar no Jobi, porra? Estou puta com o Senado.

O voto garantido pelo Bolsa-Família é um ato político obsceno, é uma forma institucionalizada de corrupção autorizada pelos estamentos politicos: o jurídico parlamentar e o endosso constitucional do Judiciário em última instância. Só pode dar esmola e garantir vitória eleitoral com o aval do Congresso, diz o Supremo. Por isso foi cassado o Cassio Cunha Lima do governo da Paraíba. Ousou doar sem o aval de Brasilia. Garotinho e Rosinha também andaram doando cheques, migalhas deixadas pelo bingo no tempo que esta instituição de lazer funcionava provisoriamente.

O Cassio Cunha quando pode vem ao Jobi. Morou aqui do lado, estudou no Santo Agostinho durante 11 anos.

É, está cheio de playboy governando. O Luiz Paulo Vellozo Lucas era o maior folião dos blocos de carnaval do Rio, saía no Simpatia e no Suvaco, e de repente saiu da cidade e já foi prefeito dua vezes de Vitória, e agora quer o governo do Espírito Santo no ano que vem, mas seu amigo Paulo Hartung, outro enfant terrible na política, não quer nada com o tucano, prefere passar seu segundo mandato para o vice, para o Ricardo Ferraço do PMDB... E o PT fica querendo interferir com Dilma Rousseff e José Serra no pano de fundo dos palanques regionais...

Paiva, você não acha que Narciso e Manoel Rocha estão roubando a gente, cobrando caro por esses bolinhos de bacalhau e essas empadinhas?

Minha filha, o precinho é meio salgado, mas todo mundo que reclama, volta.

Lula cassou 100 mil empregos do bingo, um imbecil, e criminalizou a contravenção que encantava e depauperava velhinhos de classe média nas grandes cidades querendo fazer linha e ganhar dinherim. Hoje, um velhinho, em vez de perder 50 reais numa noite de cassino clandestino de um bicheiro de plantão, gasta o dobro para ver um show qualquer de uma hora e meia no Canecão. Mas temos bingo na Espanha, cassino em Portugal, video poker em Londres, três países, entre tantos outros, milhares de empregos, sem Sarney, entretanto, sem Renan, sem Arthur Virgílio, sem Lula, sem Bolsa-Família...

Fora Sarney!

Se bem que, não se sabe se é isso, porque dizem as más línguas que Sarney, entre outros políticos, teria bens materiais no exterior, incluindo na Península Ibérica, ali nas imediações do cassino no Estoril.

Mas é tanto disse-me-disse que talvez seja melhor uma pausa para vomitar.

Sinto náusea só de ouvir esses nomes, imagina então ficar repetindo. O Jobi parece que também está em crise, parece o Senado, é só insulto, cara...

Eu sou da Tijuca, e entre nós, tijucanos, a bolinha desses senadores está murchinha.

E aí, querida, já sabe em que vai votar ano que vem? Vai de Serra?

Mas nem morta. Tô pensando numa coisa radical, talvez Heleninha, Marina, Gabeira, uma chacoalhada no Trem da Central, não reelejo ninguém. Acho que vai rolar campanha da não-reeleição.

Bobagem. Eles estão blindados. Eles mandam na visibilidade. Vai mudar nada.

E a Dilma?

Ah! Mulher que nem sabe o que é o Jobi, você vai levar a sério? Ela precisa de Lula para perder e permitir que ele volte em 2014. Não morou na jogada?

Morei em Beraba, Berlândia e Belzonte!

Não acredito, o playboy Aécio Neves?

Claro, pelo menos ele tem bom gosto, pega mulher bonita, vem de jatinho de madrugada e farreia no camarote do Palácio do Samba. Olha a Mangueira aí, gente!

Narciso, fecha a conta!

Correio da Lapa
Por Alfredo Herkenhoff

Qualquer semelhança com personagens reais não é mera coincidência. O artigo apenas reflete o que se diz e o que se ouve pela voz de inúmeras pessoas nos quatro cantos do Rio de Janeiro, com seus botequins e aquelas paisagens nos painéis bregas de Nilton Bravo e seus sucessores...