sexta-feira, 26 de junho de 2009
Mídia: capas de mau gosto com a morte de Michael Jackson
Duas primeiras páginas ruins: a do jornal colombiano (acima), comentando a morte na hora errada do impacto da própria morte, e a do carioca Meia Hora, que poderia se chamar Bunda Inteira, tamanha a vocação calipígia nas capas e contracapas. Mas até refrescou nesta sexta-feira, infelizmente para pior. Fez gracinha. Estampou acima da manchete o seguinte subtítulo: Nasceu negro, ficou branco e vai virar cinza... Quanta vulgaridade nas imagens! E a manchetona dando uma de falso pesar: Descanse em paz, Michael. Isso é avacalhação editorial, uma pena, considerando que o Meia Hora é um dos mais lidos do Rio de Janeiro e tem seus méritos por isso... Tem dinâmica...
Porém... Ah porém...! Michael Jackson é ícone como o papa, como Obama, Pelé, merece simplicidade. Morreu o papa. O papa é morto, está morto. Morreu o Rei do Pop, morreu é algo antigo e simples... A surpresa é a notícia, não deve ser o gracejo.
Quando, uns 50 anos atrás, um irmão do cronista Rubem Braga - Newton Braga - morreu - e Newton também era um belo escritor, cronista, poeta, querido de todos na pequena cidade de Cachoeiro de Itapemirim, o jornal capixaba Correio do Sul, com elegância, estampou o impacto mais ou menos assim: Morreu Newton Braga! O grande Newton Braga morreu!
Criativo até, mas tratando corretamente a morte de uma simples personalidade e tratando bem o jornalismo.
Por Alfredo Herkenhoff