segunda-feira, 20 de julho de 2009

Lula, cuidado com aliados e grande mídia: é fim do mandato!


Parece haver uma contradição: elogiar Lula e dizer, ao mesmo tempo, que exagerou nos investimentos sociais e midiáticos. Seus adversários já conhecem o seu estilo. O social excessivo significa desperdício de recursos que poderiam ser aplicados de forma mais inteligente. E também é curral eleitoral eletrônico. Garante 20 milhões de votos. Os evangélicos talvez mais 20 milhões. E o resto?

O midiático excessivo é desperdício de recursos da publicidade concentrada nos grandes e tradicionais meios de comunicação. Muitos destes veículos, também por tradição, na reta final de um mandato, costumam ficar mais altivos, exibindo independência, ou promovendo perseguições antes não convenientes devido às verbas anunciatórias, sapecando fogo em determinados nomes justo na hora que uma força política enfrenta o desafio mais difícil, uma luta para decidir entre permanecer no poder ou cair fora. Esta política editorial de morde e sopra é antiga. Sopra no começo. Morde no fim. O PMDB é cascudo diante desse morde-sopra, e é federação pulverizada em cada Estado. Mas o PT, por ser nacional, já começa a sentir este efeito: Lula a cada mês fica mais fraco na grande mídia. Está a um passo de virar o prato preferido dos mandarins chineses: o pato laqueado, ou o pato manco, ou o lame duck.

Se a mídia bate e esmaga um Sarney, o PMDB, qual Titanic das jogadas de bastidores, não sente nada no casco. Mas se a grande mídia pega no pé do PT, e com Lula na condição de contagem regressiva para sair, a corrida fica estranha. José Serra sorri de cabelo a cabelo no que restou de sua calvície. A Fiesp sente cosquinha na ponta dos dedos dos desejos.

Por Alfredo Herkenhoff, ou Correio da Lapa ouvindo vozes nas ruas