

No Caderno Prosa & Verso de sábado, 12 de junho de 2010, José Casado assina excelente matéria (capa, paginas 1 e 2) sobre a alemã Monika Ertl (fotos), a jovem guerilheira romântica que viveu na Bolívia, se envolveu com Klaus Barbie, o carniceiro de Lyon, e executou anos depois da morte de Che Guevara o boliviano Roberto Quintanilla, que disparou os tiros no argentino cultuado como o maior símbolo de rebeldia na era da globalização. José Casado apenas dá a entender que uma vingaça foi consumada com sucesso, mas a própria reportagem mostra que quem comandou a ação que capturou Che foi o boliviano Gary Prado, que continua vivinho da silva gozando as delícias da vida andina na terra de Evo Morales. O tema virou livro "La mujer que vengó al Che Guevara", da jornalista alemã Jürgen Screibeir e já lançado no mundo de fala hispânica. Gary Prado foi alvo de um atentado no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, em 1968, só que o comando vingador errou o alvo e, confundindo-se, executou um inocente, o major alemão Western Hagen. Ambos os militares faziam um curso no Rio. Caso teve repercussão mundial. O Livro de Guimarães Padilha, "Lacerda na Era da Insanidade", a ser lançado amanhã, na ABI, às 18h, também aborda esse momento terrível em que a Guerra Fria aspergia sangue de irmãos fratricidas no Rio de Janeiro e em toda a América Latina. Aliás, Padilha foi à Sierra Maestra, entrevistou Fidel, Che e Batista, este um mês depois da queda, na República Dominicana. Mas amanhã, na festa com o anfitrião Mauricio Azêdo, o clima é vinho com bate-papo sobre a nossa democracia e as horas que antecedem a estreia do Brasil na Copa... Vamos lá?
(Por Alfredo Herkenhoff)