Rubens Barrichello do Brasil!
Rubinho Barrichello, que Galvão Bueno hoje chamou repetidamente de Rubens Barrichello do Brasil, ganhou o GP de Monza, um dos três mais importantes da Fórmula 1. Foi a segunda vitória de Rubinho no ano, a número 11 da sua carreira e a 101º de piloto brasileiro.
Rubinho, duas vitórias num ano, tendo uns 15 de profissão, teria de ter, na média, umas 30 no currículo. Mas, ao tempo de Ferrari, Rubinho fazia apenas dobradinha de apoio ao super Michael Schumacher. Era uma parceria aceitável na competição. A maioria das vitórias de Rubinho com a equipe de Maranello era quase sempre quando o Ás alemão já tinha assegurado o título.
Agora Nelsinho Piquet - Deus nos acuda! -, que vexame! Vai cuidar de carros sim, mas apenas dos blindados, contra balas perdidas nas ruas brasileiras e contra a vergonha nacional. Nelsinho vai fazer limonada para o pai esquecer onde foi que ele errou, onde foi que os dois erraram, onde foi que nós erramos para ter de ver tudo isso, onde foi que a Rede Globo errou ao dar, em primeira mão, a versão suicida do jovem piloto filho de um Nelson bicampeão.
Flavio Briatore tem um histórico... Ninguém liga muito para a honestidade do cartola da Renault. Mas a disputa em pista tem de ser legítima. Ayrton Senna e Alain Prost colidiram de olho na tabela, mas correram os riscos inerentes, um podia seguir na corrida, eram últimas provas, os dois eram os protagonistas. Duelo sensacional.
Nelsinho, porém, um reles iniciante, e fazer esse jogo sujo e premeditado para um bicampeão decadente como o Fernando Alonso? Até onde vai esse enorme escândalo? E será que o Reginaldo Leme não poderia ter "escondido a notícia-suicidio esportivo" apenas para poupar a carreira, a vida, de um jovem aprendiz? Não seria autocensura? Seria generosidade de um grande repórter? Talvez não valesse mesmo a pena ajudar. Viva a verdade e o jornalismo livre. Grande equipe tem a Globo no Circo.
Pois bem, Inês é morta. Nelsinho Piquet é game over: morreu na contramão atrapalhando o safety car. Morreu sem direito a vela nem velório.
Uma punição para Briatore? Que diferença faz para o cartola da Renault?
Mas Nelsinho, no esplendor da explosão dos testosteronas! E o dirigente ainda insinua agressivamente que o caso envolve homossexualidade do piloto brasileiro.
Que baixaria! Ou como disse esta semana a apresentadora Xuxa em tempo real: "Que merda!"
Já Rubinho, que tanto deboche sofreu - brincamos chamando o piloto de Burrinho -, dá a volta por cima. E ele estava praticamente afastado de vez da F 1, demitido, quando na undécima hora, neste início de 2009, pintou a chance. Agora a quatro corridas do fim, ameaça ser campeão, a 14 pontos de colega Jesson Button.
Mas, alto lá, a equipe Brawn pode estar jogando para a plateia, pode estar garantindo mídia e a dobradinha para o time inglês. Button é inglês. Será ele o número 1 da Brawn? Será que há mesmo o número 1? Todo cuidado é pouco. Rubinho tem quatro chances para torcer, correr e não nos decepcionar.
Rubinho, o brasileiro Rei de Monza, três vitórias da pista de alta velocidade. Nem Senna teve tanto no GP da Itália, acho que só duas, quem quiser confira...
A propósito, foi sensacional a nova câmera instalada nos carros de F 1 em Monza!: visualização total do circuito, qualidade ótima das imagens, uma revolução que quase passa despercebida devido à espetacular jornada de Barrichello dentro e fora das pistas, antes e depois da prova.
Parabéns equipe da Globo! Parabéns Galvão! Parabéns, garoto! Parabéns
Rubinho Barrichello do Brasil!
Correio da Lapa
Por Alfredo Herkenhoff