segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Simon no Senado: "Essa Casa é pior que o inferno"

De Rodrigo Alvares - do site Estadao.com.br

SÃO PAULO - Depois de o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) condenar o discurso de José Sarney (PMDB-AP) contra O Estado de S.Paulo, Pedro Simon (PMDB-RS) subiu à tribuna e declarou "entender a mágoa do presidente do Senado". "Mas eu não posso aceitar, silenciosamente, as agressões feitas ao jornal O Estado de S. Paulo. Eu não analiso o fato em si, essa do apartamento, embora a maioria dos fatos que têm sido apresentados por O Estado de S. Paulo são fatos investigados pela Polícia Federal. A Polícia Federal do Presidente Lula é que fez o levantamento. E todo esse dossiê que vem sendo publicado veio da Polícia Federal", observou o senador gaúcho. Para ele, Sarney não tem mais condições de fazer as mudanças necessárias no Senado e voltou a pedir a renúncia: "Pode estar tudo errado sobre o apartamento. Mas o senador Sarney diz que é amigo da liberdade de imprensa. Pois eu aprendi muita receita de comida nas páginas do Estadão durante a Ditadura. O Estado de S.Paulo é um patrimônio desse País", disse o parlamentar. "Se ele (Sarney) não renunciar, horas muito dramáticas vamos viver", disse. "Se alguém pensa que é só o Conselho de Ética arquivar as representações (contra Sarney) e tudo terminou, não terminou", ressaltou.

O senador criticou ainda a decisão do desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do DF, que botou O Estado de S. Paulo sob censura em relação à investigação da Polícia Federal contra Fernando Sarney, filho do presidente do Senado. "O ilustre desembargador, amigo pessoal do presidente, veta", afirmou, lembrando que o jornal estava reproduzindo apenas informação que constam de um inquérito policial.

"Essa Casa está pior do que o inferno. Eu nunca vi essa casa se rebaixar ao ponto em que está. E quer ganhar no grito?" prosseguiu Simon: "Parece que ele (Sarney) prefere ver o Senado cair em cima das nossas cabeças ao invés de renunciar".