sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Atentados: Editorial do Correio da Lapa

11 de setembro...

Um ex-presidente de Formosa, Chen Shui-bian, de 58 anos de idade, foi condenado nesta sexta-feira 11 de setembro a prisão perpétua por corrupção. Chen foi considerado politicamente culpado por má administração de recursos públicos, lavagem de dinheiro e aceitação de
subornos.

Você acha que este ex de Taiwan tem correspondentes no Brasil?

Você acredita que algum presidente do Brasil, entre vivos e mortos, merece condenação a uma pena desta grandeza? Perpétua?

O Brasil, gigante minimalista, reduz a prisão perpétua para um máximo de 30 anos, com um sexto de bom comportamento fazendo cair para cinco aninhos, e com a demora até que tudo transite em julgado permitindo que um réu, rico, mesmo matando a granel, quando apanhado em flagrante, não passe mais do que alguns meses no pequeno desconforto do constrangimento da mídia que o expõe como um condenado de luxo.

E falar nisso, Pimenta Neves, que deu tiros na nunca, por trás, numa ex-namorada, uma jornalista com diploma, não puxou nem 100 dias de cana braba. E o crime bárbaro de um diretor do Estado de S. Paulo ocorreu mais ou menos à época dos atentados contra Manhattan e o Pentágono.

Dê o seu voto sobre quem merece condenação total e poste o comentário no cadafalso da grande mídia, num grande portal, que aqui no CdL ninguém, ou quase ninguem, nos vê. O "quase" quase exclui coleguinhas.

O Correio da Lapa tem sido pauteiro de grandes jornais.

Hoje é dia de os Estados Unidos pararem e, mais uma vez, deixarem uma oportunidade escapar: a de tentar descobrir por que são odiados por alguns segmentos da humanidade. Preferem os americanos, numa insistência, tentar apenas descobrir meios de tornar seu território definitivamente inexpungável aos devaneios de terroristas fundamentalistas do islamismo.


O Correio da Lapa compartilha desse luto pelos atentados de 2001, quando quase 3 mil pessoas foram mortas nas Torres Gêmeas, gente de quase 100 países. Violência generalizada contra pessoas que haviam acordado bem cedo para cavar o ganha-pão.


O Correio da Lapa reconhece que o Brasil pára hoje para desperdiçar, mais uma vez, uma oportunidade: a de pensar seu amanhã em vez de insistir em parar apenas para ver o último capítulo da novela em que Opash descobre que você pertence a uma outra casta: à brasileira, esta que se lixa para a pureza de pais biológicos e cheios de minhoca nos desalinhos nervosos da emoção.

Brasil, cachaça e realidade nas ruas. Nos escritórios do Poder, moralismo antitabagista, privilégios e irresponsabilidades.

Na Bahia de São Salvador já queimaram 14 ônibus.

A 14º Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, começa mais uma vez a brincar de glamourização da literatura, de há muito migrada em boa parte para a internet.

O Google está preparando uma ferramenta para ajudar os grandes meios de comunicação, em crise financeira, a cobrar por acesso a notícias na internet.

Mudou a internet ou mudou o Google? O gigantismo desta jovem companhia não é garantia de que será sempre assim. Parece uma recaída inaugural, um sucumbir a velhas pressões. Outros jovens hão de pintar por aí. Google que se cuide.

Sofrem Nelson Piquet, bicampeão, mas que no passado do circo chegou a ganhar o troféu Limão por dificuldade de relacionamento com jornalistas que cobriam a Fórmula 1, e seu filho, Nelsinho Piquet, que morreu mesmo ao confirmar as acusações de que batera de propósito numa corrida, ano passado, para ajudar o piloto Fernando Alonso, conforme esquema combinado de véspera com o cartola Flavio Briatore, da Renault.

Este Cdl, dias atrás, fez um trabalho gráfico para ilustrar que Nelson Piquet Filho, numa Babel de orgulho e ódio, não conhecia a linguagem esportiva. Já estava morto para os esportes. game over, mesmo antes de confirmar as acusações de fraude premeditada.

Agora Nelsinho vai cuidar de outros carros, os blindados do Senhor Seu Pai, servidor, como o avô, que foi ministro de João Goulart. E assim, a família Piquet mantém a tradição de oferecer cada vez mais proteção contra a sanha ou o medo de quem não discute desavenças nos tribunais, gente que anda armada de fuzis M16, vulgo AR 15.
Por Alfredo Herkenhoff