Última palestra
O Edifício
O Edifício
Endereço: Platz der Vereinten Nationen 14a, 10249
Berlim - Alemanha
Palestrante Jan Verwoert
O projeto O Edifício (The Building) tem orgulho de apresentar a palestra final culminando uma longa série de conferências ao longo do ano com Jan Verwoert intitulada: "Por que os artistas conceituais voltaram a pintar? Porque pensam que é uma boa ideia". Jan Verwoert é um crítico da arte baseado em Berlim. É editor colaborador de diversas publicações de arte contemporânea, como Afterall e Metropolis M. Ele também é professor do Departamento de Belas Artes no Instituto Piet Zwart de Rotterdam.
A última palestra será neste domingo, 21 de junho de 2009, às 19h, em Berlim, Alemanha. O projeto Edifício está aberto a visitações também de quinta-feira a sábado, das 12h às 18h.
Assim abre o convite
A distância entre sua mente e seus pensamentos equivale à que há entre a sua boca e suas palavras
A distância entre sua mente e seus pensamentos equivale à que há entre a sua boca e suas palavras
E aqui agora uma interferência do Correio da Lapa como uma segunda tentativa poética de traduzir livremente o convite-resumo do Edifício, que é um projeto eletrônico flux:
Motiva este projeto um sentimento de que há algo de profundamente problemático na abordagem de procedimentos para codificar ou descodificar inscrições no plano simbólico.
Tarefa preliminar da arte como uma operação estratégica: fornecer legitimações conceituais com referências que situem o trabalho numa economia de significados.
Não importa a pretensão do crítico nesta abordagem que envolve uma sustentação ideológica involuntária ou uma atitude de produção de arte, prática da ordem simbólica, modalidade heróica e suicida de trazer ou levar a arte a uma conclusão lógica, num confronto entre a velha escola conceitual e uma realidade mais versátil, num trabalho de referências e segredos quase desaparecidos, numa aversão ao que é meramente estratégico, trazendo à luz o fato de que toda ordem simbólica é sempre também uma economia de sacrifício.
A inscrição no simbólico exige ou envolve, retroativamente, um sacrifício, impulsos para rejeitar, fantasias impossíveis, pechas de arrivistas no campo das expectativas, desejos de reconhecimento de nossos desejos, dependências materiais, suspensão do ponto inicial do simbólico, o absurdo como produção de excessos de sentido, descoberta do mover movimentos, coisas, criaturas, experiências, ideias que não serão sacrificadas. mas permanecerão vivas, movendo-se em seu próprio movimento errático, força motriz de todas as coisas, almas e pensamentos, locomotivas ao longo da história da arte e da filosofia.
Discussão dessas motivações na produção de arte e crítica. Termos instáveis como inspiração, vocação e dedicação. Termos que, precisamente por causa de sua dimensão existencial, existem no ponto inicial do inverificável. Enigma de Ferro Maiden: Como posso estar certo de que o que vi na noite passada era real e não apenas uma fantasia? Orfeu tentou verificar e fundiu a cuca.
Na perseguição da noção dessas dedicações, uma questão envolve cuidados sobre a motivação existencial. Por que fazemos o que fazemos? Quem sabe o que é realmente um simbólico necessário?
Neste limite de reconhecimento, a locomotiva, ou o motivo louco de uma criatura, apareceu na história da pintura: o leão que andou com São Jerônimo, estudos de um dia, o espinho na pata, a tradução solitária do livro universal, ele, sem nenhum pulo do gato-doutor, arrancou o espinho de qualquer maneira, iniciando uma modalidade social de sociabilidade com o gato selvagem, sem nenhum contrato, só um jeitinho, com uma economia ou uma narrativa para validá-la simbolicamente.
Os animais continuaram atrasados naquele ponto inicial do fazer simbólico, como criaturas que personificam movimento da emoção e efeito da influência da alma, mas ainda assim apenas como testemunhas deste efeito nas maneiras que não são inteiramente reduzíveis a uma significação na ordem simbólica.
A palestra final de Jan Verwoert tentará consolidar esta intuição do olhar a locomotiva de Orfeu e dos animais ao longo dos séculos, numa manifestação de intuições e instintos como partida do efeito afetivo da arte com suas ligações sociais, divertimento demoníaco na sociedade das musas (ou museu como um pan-demonium).
Neste desafio do sacrifício da influência no trabalho do simbólico, um outro motivo emerge: um rosto particular, um grito, a geração de emoções como um acontecimento material, um rosto sem crença, mas com um toque da alma, nem boa nem má, apenas uma aura, um espaço de ação, profana como a partilha da parte material num ritual da veneração do corpo, ou uma ação santificada, como a de artista que se dá como alimento simbólico, ou como modelo de uma modalidade, de um pensamento que poderia permitir novos pontos iniciais do campo simbólico, entre segredos divinos e outras intuições. Ou partilha como profanação, de novo os motivos loucos nunca antes invocados.
Tradução traidora by Alfredo Herkenhoff