sábado, 18 de abril de 2009

Fantasma na Somália com Lula e Obama (7)

Lula Guran reconhece: Plano do Pré-Sal foi para o vinagre

Toda a reunião durou apenas três horas com intensos debates e sugestões. Poucas horas depois, o jato de Barack Obama já sobrevoava a Europa, e o de Lula Guran aterrissava em Luanda.

Lula Guran deixou escapar que precisava de apoio para o etanol porque o Plano Estratégico da Petrobras feito por seu governo estava indo para o vinagre. Os especialistas ouvidos pela revista Newsweek haviam mostrado, dias antes da reunião secreta em minha morada, que o barril terá preço baixo por pelo menos as próximas décadas. Assim, o óleo do Pré-Sal, que se estende sob o Atlântico do Rio de Janeiro até Angola, não poderia ser extraído nem a médio prazo porque os custos de produção de tecnologia botariam o produto acima das cotações de mercado.

Não perdemos muito tempo discutindo essas novas tecnologias e novas fontes de energia. Concordamos em poucas palavras que, na iminência de uma revolução tecnológica, os atuais grandes mercadores de petróleo torrariam os últimos estoques a bon marché, sem jamais permitir, via cotação baixa, o início da extração nas últimas fronteiras, isto é, no Pré-Sal.

Confirmamos a tendência da política de torrar as últimas reservas fora do Pré-Sal como uma estratégia comercial a sinalizar que, numa equação bem simples, seriam poucas as probabilidades de petróleo a 7 mil metros abaixo do leito marinho se tornar viável. O petróleo do Pré-Sal seria desnecessário ou não-comercial diante das novas formas de geração de energia limpa, num complexo processo envolvendo também a redução do gravíssimo problema de degradação ambiental do planeta. E não faltaram insinuações de que haveria outras reservas inúteis nas profundezas abissais sob o leito marinho do Pacífico.


Obama sugeriu, meio anedoticamente, que apenas uma fatia de 1% do ouro guardado no Forte Knox talvez apaziguasse as comunidades dos pigmeus pirateando no Índico. Mas reconheceu que o problema era complexo e que a máquina militar da Aliança Atlântica, em seu processo contínuo de se modernizar, temendo um imbroglio da pesada nas bandas do Paquistão, Irã, Índia e Coréia, precisava de pequenos exercícios, precisava de ações pontuais. Assim, disse Obama, seria quase impossível uma operação para conter os piratas nas águas do Chifre sem o uso de vasos de guerra do Ocidente e, eventualmente, as smart bombs da Otan em território somali e adjacências.