sexta-feira, 22 de maio de 2009

Lula na Turquia: vender é a melhor coisa do mundo. Eu sou turco

Editorial sobre gafe de Lula


Na última fase de sua viagem de nove dias a três países, Arábia Saudita, China e Turquia, o presidente Lula armou um lance curioso, nesta sexta-feira, 22 de maio de 2009. Depois de vender bilhões em frango da Sadigão para Pequim, e conseguir apoio dos chineses para a CPI da Petrobras - ou você você acha que o PC do premier Ji emprestaria 10 bilhões de dólares à estatal se desconfiasse da lisura operacional da nossa mais querida e maior empresa? Esta grana saiu porque Lula é bom vendedor. O líder operário disse em Ancara que no Brasil todo mundo que vende costuma ser chamado de turco. Eu sou turco. Ich vin Brasilien Turkischen, iá voul!

Com esta revelação, Lula procurou inverter de negativo para positivo o sentido de um preconceito, ou uma falta de informação, ou uma típica generalização vulgar de um Brasil diversificado, mas mal educado. Lula, num lance de mágica, tirocínio, conseguiu aproximar visitantes e anfitriões. Sim, ninguém na platéia de empresários achou a mínima graça em Lula, que disse uma verdade cristalina. O jornal Estadão considerou que Lula cometeu uma gafe. Árabes não são turcos e muitos árabes tiveram de usar passaporte do Império Otomano, ou Império turco no tempo de emigrações para o Brasil. Mas Deus escreve certo por linhas tortas. Lula também cometeu gafe quando, por critérios raciais ou racistas, botou culpa nos brancos de olhos azuis pela crise mundial. Na pior das hipóteses, queixas antropológicas à parte, Lula vai provocar estudos sobre a diversificação e integração total da cultura brasileira e avanços nas relações comerciais entre Brasil e Turquia.



Sim, no Brasil todo vendedor do Oriente Médio... Ásia Menor... é chamado popularmente de turco, seja o mascate nascido na Síria, seja no Líbano ou na própria Turquia, cujo império, aliás, já abrangeu boa parte da Europa e da Galileia, incluindo Síria, Líbano, Chipre e Bahia de São Salvador, Santo Amaro da Purificação, Cachoeiro de Itapemirim e Quixeramobim, além de Conceição do Mato Dentro.



Mas Lula (na foto da Agência Brasil com a primeira-dama Marisa), mostrando-se excelente vendedor na Turquia, disse de forma sofisticada, diplomática, que a melhor coisa do mundo é vender. Este Correio da Lapa em seus olhos concorda, mas sugere acréscimos: Vender é sim uma das melhores coisas do mundo. Mas há uma coisa melhor que vender: Comprar. Mas existe ainda uma última melhor coisa do que tudo, incluindo comprar: Amar.


Uma última sugestão: Prezado presidente, assim que entregar a faixa presidencial a Dilma Rousseff, ou a José Serra, ou a Heloísa Helena, ou a Sérgio Cabral ou a Aécio Neve, você poderia muito bem assumir o comando da Petrobras, não? Ou prefere descansar? É que na estatal o seu comando seria uma forma de ajudar efetivamente o futuro governo, e você continuaria viajando sem esses pretextos do ex-Fernando Henrique Cardoso, o qual, de conferência em conferência, desaparece aos poucos, e isso é natural da vida, mas é triste ver acontecer...