domingo, 26 de abril de 2009

Voluntários da Fuzarca, poética da Av. Mem de Sá




Voluntários da Fuzarca

Poética de guardanapo na Mem de Sá, texto e fotos: Alfredo Herkenhoff


Carioca da Gema, Nova Capela, maravilha de inferno

A Lapa sempre tem, de chapéu e terno,

o Beto Monteiro, o Walter Alfaiate,

um Rio de Malandros cantando sem parar


Quando a noite já vai tarde, você vem nesse frescor

Parece de banho tomado, ritmo devastador

A calçada tem de tudo, chega um carro vencedor

Joga a vida, Florisbela, quer saber onde eu estou,

Baixa o vidro da janela, quer saber eu não espero

nem avião, nem lero-lero, nem meu taco de sinuca


Tem os bares Arco e Flecha, o Benzetacil

Rubem Braga, Mário Lago, Ismael no Céu

Fartura Di mulher bonita, Cavalcanti, Carmelitas mil

Carmem Miranda vai arfante embora pra Pasárgada

Rock, choro, samba, rap, hip hop, rosa choque, travesti sem sutiã

Tem um bêbado, um babado, um achado de manhã

Tem elegância à luz do dia

Mas não vai exagerar no exagero do Benzeta

Vai na parada certa

Não vai dar uma de babaca

O turbilhão, oh! Nego! Não tem arrego!

Na Mem de Sá tem Voluntários da Fuzarca