Do autor de “o invisível esconde-se no visível”
Era Murilo Mendes grande poeta, era mineiro, juiz-forano, católico, carioca, italiano e português, universal, fazendo poesia como uma arte do êxtase, sorvendo a silenciosa aguardente dos deuses.
Murilo sonha a Paciência, enquanto fabricam o inédito no Além. Convenceu-se: Sem esperança não surge o inesperado. Elogiou: Felizes os visionários, deles é o reino infinito da visão. Brincou: Pela ponte do telefone todas as palavras passam. Mergulhou no mar da saudade: O olho pesca. Era Murilo Mendes tão genial que descobriu o seguinte: Ninguém ignora o caráter sacro do boi.
Dentro de Juiz de Fora *
O trem já vem dentro de Juiz de Fora
Dentro de nós, o trem já vem: é o trem
do amor que vem
Felicidade, vou lá também
no dia-a-dia, brava gente
A natureza, o sol poente
A beleza entre o mar e BH
Montanha no infinito faz sonhar
Menina, mãe, vovó, que linda voz
Juiz de Fora dentro de nós
O sentimento que aqui nos prende
A poesia de Murilo Mendes
Tonim Geraes, mulheres, fantasia
Queijo, cachaça, doce’ave Maria!
Cosmopolita, o trem apita, o povo grita:
Dentro de nós, o trem já vem: é o trem
do amor que vem
Por Alfredo Herkenhoff