sexta-feira, 10 de julho de 2009

Daniel Frazão, escritor brasileiro aos 30 anos de idade



Daniel Frazão - Foto Divulgação

ENTREVISTA:

Ademir Pascale: Primeiramente, agradeço por ceder a entrevista. Quando teve início a sua paixão pela literatura?

Daniel Frazão: Minha paixão pela literatura? Vejamos... começou quando descobri que não sabia cantar nem dançar nem atuar e que era feio demais para investir na carreira de supermodel. Não, acho que a primeira parte da paixão surgiu quando li o meu primeiro livro que não era chato, e a segunda quando resolvi escrever alguma coisa e pensei, "ei, até que sou bom nesse negócio!". Daí pra frente me apaixonei pela literatura; só não sei se é uma paixão correspondida.

Ademir Pascale: Poderia nos falar um pouco sobre a sua obra "Cerco"?

Daniel Frazão: Vamos lá. "Cerco"... É sobre uma cidadezinha, sobre os adolescentes dessa cidadezinha. Um belo dia eles concluem que é um bom negócio pegar uma escopeta e sair matando todo mundo por aí. Todo mundo com mais de 30 anos. Fazem isso num domingo, porque não encontram nada melhor para fazer; domingo é sempre um tédio. Veja só, escrevi esse livro quando era moleque, e agora estou com 30 anos. Eu seria um dos que estariam no alvo dessa garotada.

Ademir Pascale: E a recente obra "Apenas um Herói"? Como está sendo a receptividade dos seus leitores?

Daniel Frazão: Aí você terá que perguntar para eles. Leitores são sujeitos quietos. A relação do escritor com o leitor não é a mesma que há entre um cantor ou um ator com os fãs. Em geral os leitores compram o livro, lêem, e fica por isso mesmo. O escritor que conclua o que quiser. Pelo menos comigo é assim. A solução que encontrei foi não concluir nada. Mas gostei de escrever "Apenas um Herói", gostei do protagonista. É o tipo de cara que eu seria se todos os meus planos e desejos fossem por água abaixo. É o tipo de cara que muita gente seria.

Ademir Pascale: Nosso portal é visitado por escritores novatos e experientes e sempre costumo perguntar aos meus entrevistados o caminho para o sucesso na publicação da primeira obra. Qual seria a sua dica?

Daniel Frazão: Se possível, entre para o Big Brother. Dessa forma, o sucesso com a primeira obra será mais fácil. Hehe, estou brincando. Cara, acho que não tenho dicas para o sucesso. Alcançar o sucesso é como ter uma bela menina apaixonada por você. Pura sorte. Nada a ver com mérito. Escrever bem, sim, tem a ver com mérito. E essa dica eu posso dar. Para ser um bom escritor (ou pelo menos para ser um escritor do seu próprio agrado) basta uma coisa: escrever. Escrever o que der na telha, o tempo todo. Quando ficar cansado, não descanse, escreva sobre o cansaço.

Ademir Pascale: Na sua opinião, está sendo fácil ou difícil o mercado editorial para os escritores iniciantes?

Daniel Frazão: Difícil. Para os iniciantes e para os veteranos, não importa. É difícil para qualquer um se segurar nesse ramo.

Ademir Pascale: No meio literário, praticamente todos os escritores são influenciados por outros escritores. E você, teve alguma influência?

Daniel Frazão: Inúmeras. Se eu dissesse só uma, pareceria que sou seguidor desse ou daquele escritor. Mas já que é pra falar de alguém, vou dizer Hemingway.

Ademir Pascale: Qual é o seu gênero literário predileto e por quê?

Daniel Frazão: Não tenho um predileto. Mas gosto de romances em geral. Primeiro, porque é o que faço. Segundo, porque acho que o romance consegue dizer o que a teoria tenta, tenta e não consegue; isso porque o romance diz com a alma e não com o discurso.

Ademir Pascale: No seu ponto de vista, a mídia cede espaço para os escritores brasileiros?

Daniel Frazão: Pouco. A mídia é muito televisiva. De uma forma ou de outra, tudo tem que estar relacionado com a televisão. Mas isso já é uma outra história.

Ademir Pascale: Existem novos projetos em pauta?

Daniel Frazão: Sim, alguns novos projetos. Quando deixarem de ser projetos e se tornarem realidade, todo mundo vai saber.

Perguntas rápidas:
Um livro: Vou dizer o último que li. "Dragão Vermelho", do Thomas Harris.
Um autor (a): Já falei Hemingway, né? Então agora vou de Kerouac.
Um ator ou atriz: Robert Englund.
Um filme: O Massacre da Serra Elétrica.
Um dia especial: Qualquer dia pode ser especial ou um porre, depende do que acontece nele.
Um desejo: Paz mundial. E comer a Kirsten Dunst.

Ademir Pascale: Mais uma vez agradeço por ter cedido a entrevista. Desejo-lhe muito sucesso em suas novas empreitadas literárias. Um forte abraço.


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Entrevista realizada em julho de.... 2008 e avistada no site Cranik