segunda-feira, 11 de maio de 2009

Foto dos Arcos da Lapa garante uma poética

Celebridade com raiva, depois de uma traição, declama na internet a força da decepção. Pressente, ou assim propala o poeta corno, que a humanidade está perdida. Será que tem razão?

Ave celebridade! Os paparazzi te documentam!

Numa função cifrada
é o que é o verbo ser
à esquerda, sangue
à direita, poesia
Sonha que dá pé
e entra numa fria
Um par de esperança
Ilusão e Chulé
Perde uma alegria
A primeira refeição
Restam duas
Resta o dia
O vômito
O troco em vão
O certo, a boa nota
que nunca estende a mão
A decadência já vai longe
na profecia de Vieira
no tom poético de Camões
Bebe dupla caipira
Embala dois corações
magoou um, tomou o bonde
magoou dois, tomou onde
achou que não perdia
quando a cabeça já enfeitada
num segundo, uma azia
um mal-estar entre o que foi
e nunca mais nada é cabelo
Só esqueleto, conversa mole
dois punhais no vero amor
paralisando o bole-bole
Aprendeu com a solidão
Na raiz do seu destino
a verdade do sermão
A estatística do seu sucesso
Que o percentual da sua fama
é a merda da sua esbórnia
que não se lava no chuveiro
pecado que sempre aflora
sempre que deita na cama
a lama da sua história
FIM
Texto e foto da Lapa por Alfredo Herkenhoff