segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Festa do melhor hipismo, boa para a imagem do Rio de Janeiro, gera benefícios

Athina Onassis, à esquerda, e Charlotte Cashiraghi no Athina Onassis International Horse Show, evento realizado no Rio de Janeiro entre sexta, 31 de julho, e ontem, domingo

Hipismo, sucesso esportivo
e política de inteligência

Correio da Lapa:
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À primeira vista, parece um escárnio com a pobreza gastar alguns milhões com uma festa só de gente muito rica e convidados globais. Porém, fugindo de moralismo rasteiro, há de se considerar os benefícios indiretos que a promoção representa para o Rio de Janeiro. Hipismo com Athina Onassis e seus amigos é sinônimo de melhores do mundo na categoria olímpica.

Muito há a se considerar... Turismo, veja o que a gripe suína fez nas últimas semanas com a Argentina: Turismo zero. Investimentos... Veja o que o casal Kirchner está fazendo na Argentina: espantando investidores estrangeiros e irritando e empobrecendo o setor interno na agropecuária. Não será surpresa se a Argentina importar trigo já em 2010 ou 2011.

A etapa do hipismo mundial melhora a imagem do Rio, hoje tão massacrada pela violência, e esta é catapultada pela mídia, como se os casos de barbárie no universo carioca fossem muito diferentes de tiroteios de outras grandes cidades no Brasil. Não, se o Rio fosse tão ruim e violento não haveria tanta gente morando aqui e feliz.

Quando os happy few do mundo desembarcam na Cidade de Carmen Miranda, da Rede Globo, de Roberto Carlos, de Adriano Imperador etc, exibem confiança nas autoridades, primeiro passo para elaboração de outras promoções internacionais.

Este filme moralista é antigo, o Leo Jaime nos anos 70 compôs em tom de deboche com o moralismo aquela canção de sucesso: "Troque seu cachorro por uma criança pobre". Um cavalo puro-sangue vale mais do que uma favela inteira de crianças desamparadas, isso apenas no sentido de que um único animal recebe mais recursos de seu proprietário do que as crianças de uma comunidade inteira recebem da sociedade.

Mas não adianta matar o puro-sangue, não adianta proibir a amizade do homem com o seu cão. O importante é integrar a cidade, lutar por melhores condições de educação, saúde e trabalho. Essa luta é complexa: envolve ações sociais, cesta-família, solidariedade e políticas inteligentes.

Na denúncia insinuando gastos excessivos, "sem entrar no mérito das queixas", ou dos espantos, existe um tom evidente na Folha de S. Paulo de intolerância, picuinha, política e eleitoreira, além de uma pitada de inveja da cidade que perdeu para o Rio de Janeiro o evento de melhor hipismo do Mundo.

"Sem entrar no mérito" significa que seria, claro, ideal um evento auto-sustentável, que se bancasse, mas nada de impedir a ação pioneira de governantes, dentro da lei e da ética, visando promover a cidade numa estratégia de desenvolvimento também fora do curtíssimo prazo.

O texto da Folha está logo abaixo, aqui mesmo neste nosso blogue-jornal...

Por Alfredo Herkenhoff