quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Lobby de Serra estaria se aproveitando da crise com Sarney, de Marina e Lina vs Lula, Dilma Rousseff e PMDB? Imagem do Datafolha estaria ameaçada?

Sucessão de Lula

Serra (E) com apoio de um mega-lobby para barrar subida de Aécio Neves?


Nesta quarta-feira, 19 de agosto de 2009, o Correio da Lapa avistou o artigo logo abaixo, com dados e reflexões permitindo insinuar ou especular: haveria um super lobby pró-governador de São Paulo, com seu sonho de substituir o presidente Lula em 2010, agindo na crise do Senado, na "catapultagem" de índices de popularidade, incluindo o de Marina Silva para estimulá-la a abandonar o PT, como fez a senadora ambientalista no dia de hoje, e na projeção da servidora Lina Vieira, que teria se reunido pela primeira vez, a sós, com a segunda pessoa mais poderosa do Brasil, a pré-candidata Dilma Rousseff, sem se lembrar sequer o mês em que foi lá no Palácio do Planalto para supostamente receber pedido descabido da ministra "mentirosa". Polêmicas, exeplicações e mais polêmicas. O Correio da Lapa, não sabendo o que pensar, vai postando o melhor e o pior dos extremos no dia-a-dia de um embate democrático no qual se joga pesado, porque é sempre a velha política (Por Alfredo Herkenhoff):

O último suspiro de Serra

Luis Nassif Online

No dia 19 de julho escrevi o posto “O Último Suspiro de Serra”. Nele, analisava o comportamento da mídia e do Senado - o tema do momento era José Sarney - para tentar desvendar a lógica por trás da campanha cerrada.

A candidatura Serra vivia momentos críticos. A próxima pesquisa negativa, informando sobre queda das intenções de voto para ele e aumento das intenções de voto para Dilma ou Aécio, liquidaria com sua candidatura e provocaria um êxodo da oposição para a candidatura de Aécio Neves.

A campanha midiática visava dar uma sobrevida à candidatura.

De lá para cá, ocorreram os seguintes fatos:

1. A campanha midiática aumentou substancialmente, agora em cima da reunião sem data nem hora da ex-Secretária da Receita. E batendo direto em Dilma, tendo pespegar-lhe a imagem de mentirosa.

2. Pesquisa do Datafolha indicando manutenção das intenções de voto em Serra e estacionamento de Dilma nos mesmos 16% da pesquisa anterior.

3. Pesquisa do Antonio Lavareda (divulgada pela Folha), de que Marina Silva já tinha mais de 20% dos votos. Informações davam conta de que a pesquisa tinha sido feita trinta dias antes. Como fica essa falsificação?

Aí surge o dado fora do plano, a pesquisa Vox Populi indicando exatamente o contrário: queda de Serra (de 36% para 30%) e Dilma subindo de 16% para 21%. É muita diferença.

Quem manipulou?

A versão do PSDB é que a pesquisa Vox Populi foi feita cinco dias antes do Datafolha e não teria captado o desgaste do episódio Lina. Mesmo sem ser especialista, nosso comentarista Marco Antonio demole essa versão no post baixo.

Vamos juntar os seguintes dados, para avaliar a credibilidade de pesquisas:

1. A Folha manipulou dados sobre a ficha de Dilma Rousseff no DOPS. Manteve a manipulação mesmo depois de desmascarada.

2. Com base na última pesquisa do Datafolha, o jornal fez um editorial sugerindo a Ciro Gomes que se candidate à presidência da República, não ao governo de São Paulo - endossando amplamente a estratégia de Serra. Endossou no caso Marina, endossou em relação ao Ciro.

3. A capa do jornal de hoje é uma manipulação ampla - e em cima de um episódio (o depoimento de Lina Vieira no Senado) assistido por bastante gente. Ou seja, também praticou um estupro jornalístico à luz do dia. E ainda coloca o Fernando Rodrigues (!) para martelar a ideia de que Dilma Rousseff é mentirosa - ponto central do processo de desconstrução de sua imagem, trabalhado pela imprensa.

4. Não divulgou uma linha sobre a pesquisa Vox Populi - assim como todos os demais jornalões.

5. Pergunto: se a Folha passou a manipular seu principal ativo (a credibilidade jornalística), qual a probabilidade de que o Datafolha tenha sido contaminado por esse clima?

Nos anos 80 o Datafolha foi uma luz no ambiente de manipulação de pesquisas que se seguiu ao caso Proconsult. Aquecia o coração de cada democrata, que via no Instituto uma poderosa arma de democratização da informação.

A próxima pesquisa é do IBOPE. No ano passado, o Carlos Montenegro - presidente do IBOPE - já antecipava que Dilma não tinha nenhuma condição de vencer as eleições. A pesquisa será feita de forma correta?

* Deu no http://colunistas.ig.com.br/luisnassif