(O Correio da Lapa informa: o artigo a seguir não é endossado por este blogue-jornal estapafúrdia, que o exibe por apreço a discussões saudáveis para o aprimoramento da democracia).
Uma opinião - Curto e grosso
Raulino de Oliveira
A Política está em crise no Brasil. O resultado das últimas eleições abateu as organizações partidárias que fazem oposição ao estilo petista de governar. O modelo de governo do Partido dos Trabalhadores é todo baseado na apropriação das máquinas públicas e empresas estatais para sustentação do Poder. O poder a qualquer preço independente de quaisquer princípios.
Os procedimentos de coligações eleitorais e logo depois transformadas em alianças de Governo são de submissão dos partidos e organizações sociais que aderem ao esquema de Poder do Partido dos Trabalhadores. O silêncio e a obediência são conseguidos através de distribuição do dinheiro público de forma absolutamente irresponsável e em total desrespeito à democracia.
O projeto de partido único engendrado pelo líder do distrito de Caetés poderia se chamar “Mexicanização ao Agreste”, onde o populismo aliado ao patrimonialismo consolidado pelo assalto à coisa pública são as suas grandes marcas. Marcas sim, porque o líder máximo do petismo se diz e quer ser o grande marketeiro deste projeto.
Os partidos políticos são hoje instituições em profunda crise em todo mundo. Aqui no Brasil a crise é agravada pela intenção do petismo de acabar com a Política e cooptar todas as representações da sociedade para dentro da máquina estatal. Não se faz mais Política no país. Agora se procuram formas de adesão porque “sem a máquina pública as populações mais pobres e carentes não se motivarão”.
A Política em crise coloca em risco a Democracia e desorganiza o tecido da sociedade. O vírus da cooptação já está sendo. Hoje já ouvimos alguns membros da oposição argumentando que querer cargos não é crime e que a denúncia de corrupção é cínica porque todos os outros políticos e partidos já participaram do Poder e fizeram as mesmas práticas do petismo. MENTIRA! Pobre tática de coloração marrom que quer colocar todos num mesmo saco até o momento em que tiverem força para iniciar a depuração dos “deformados de diferentes credos”.
Queremos ser oposição porque o Brasil precisa dela. A Democracia e a República estão em jogo neste perigoso projeto do Partido dos Trabalhadores. Lutaremos contra as posições capitulacionistas que só enxergam o futuro, se submissos ao PT e aos grandes malandros nacionais que hoje constituem o PMDB, uma sigla que abdicou de tudo para participar do botim do Estado brasileiro. Queremos discutir a reforma do sistema político brasileiro.
É pouco discutir a chamada Reforma Política, que na verdade é uma arrumação de reforma eleitoral para preservar o “status quo”. E temos propostas para esta proposição; somos parlamentaristas. Sabemos que esta luta será árdua e longa, mas a partir desta posição poderemos sugerir mudanças em direção ao parlamentarismo que modifiquem o atual presidencialismo chamado de coalizão, mas que na verdade funciona como um presidencialismo de manipulação.
Vamos usar as redes tecnológicas para conversarmos com o povo brasileiro as alternativas que o país pode ter para uma melhor representação política e seu exercício de forma transparente e democrática. Os Estados da Federação e os Municípios têm autonomia para decidir suas coligações eleitorais livremente, dentro dos princípios democráticos e republicanos que marcam nossa posição. Entretanto, decidir por co-gestão com este projeto petista que precisa ser derrotado é suicídio e levará junto com nossa desmoralizada morte a Política e a Democracia