quarta-feira, 23 de março de 2011

Coluna dos nossos dias (1): Liz Taylor, Líbia, Becquerel e Adriano Imperador


Correio da Lapa
Por Alfredo Herkenhoff


Beleza Anne Hathaway no Rio, Cidade Maravilhosa


Coluna desses dias de Líbia e Obama

Elizabeth Taylor morreu hoje, quarta-feia, em Los Angeles, aos 79 anos de idade, de câncer.. Mais do pelos dois Prêmios Oscar, Liz Taylor foi um dos maiores emblemas do Século XX como atriz e como pessoa humana.. "Minha mãe era uma mulher extraordinária que viveu a vida ao máximo, com muita paixão, humor e amor. Apesar de sua morte ser devastadora para aqueles que a mantiveram tão próxima e de forma tão querida, sempre seremos inspirados por sua contribuição duradoura ao nosso mundo", afirmou agora há pouco Michael Wilding.

Tragédia japonesa
Doze dias depois do terremoto com tsunami no Japão, acordo agora, manhã de quarta-feira, 23 de março, e retorno ao computador para dar prosseguimento à releitura iniciada de véspera dos originais de literatura de ficção com minhas narrativas de sexo e enriquecimento explícitos. Mas antes de clicar no arquivo da novela, dou uma passadinha esperta pelo site da CNN. Já não me surpreendo com nada que vem do Japão. Vejo que as autoridades em Tóquio avisaram a população para não dar a água da torneira a crianças devido ao excesso de radiação constatado: mais de 200 becquerel por litro na capital. O limite é 200. Acima de 300 becquerel também faria mal a adultos.

Ao mesmo tempo, surge um apelo à população de Tóquio: ninguém deve comprar mais água mineral, engarrafada, do que a necessária para um dia de consumo.

Como manter a calma se ao mesmo tempo os funcionários da usina d Fukushima são retirados da instalação nesta quarta-feira devido ao surgimento de uma fumaça escura no reator 3, o que causa a maior preocupação.

Como manter a calma se até a Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA) se queixa no seu site da má qualidade das informações sobre o acidente em Fukushima fornecidas pelas autoridades japonesas?

Não surpreende que esteja faltando água engarrafada em Tóquio.

Também não me surpreendo com o que escrevi na sexta-feira, dia 11, data do grande sismo e mega tsunami. Poucas horas depois do tremor de 9 graus (noticiado como 8.9 graus então), enquanto as autoridades japonesas falavam de 40 mortos e 60 desaparecidos, publiquei neste Correio da Lapa e no meu Facebook pessoal, a seguinte estimativa, que apelidei de chutologia fúnebre: esta tragédia, embora seja o Japão a sociedade melhor preparada para enfrentar desastres como terremoto e maremoto, tem cara de mínimo de 10 mil mortos e máximo de 100.000 (cem mil). Já passamos dos 10 mil. Já falam em total de mortos perto da cifra de 20 mil.


O superfofo desenho animado RIO

Quando eu me preparava para desabar no sono, vi ontem à noite o elogio rasgado que Arnaldo Jabor fez no Jornal da Noite ao filme “Rio”, um desenho animado de um neo Zé Carioca ao contrário: os americanos, agora, pelas mãos do diretor carioca Carlos Saldanha, homenageiam o Rio com um personagem romântico, um macho Arara Azul (animal sob risco de extinção) chegando à Cidade Maravilhosa para conhecer a última fêmea da espécie). Aventura, beleza e respeito ao Rio de Janeiro. Os trailers no Youtube estão bombados. A pré-estreia, ontem no Rio, trouxe Anne Hathaway ao Brasil. Ela é uma das vozes no filme.

O desenho animado em 3D é o segundo grande evento na contagem regressiva para a grande festa tríplice coroada do Rio de Janeiro: Fifa 2014, Aniversário de 450 anos da Cidade Maravilhosa em 2015 e Olimpíadas em 2016. O primeiro espetáculo da contagem regressiva foi a visita dias atrás do presidente Barack Obama. Surpresas vêm por ai nesse countdown.

Crescimento do número de mortos

Lembranças do Jornal do Brasil, eu na editoria internacional do extinto matutino. A notícia do acidente na Índia com gás venenoso da Union Carbide, uns 20 anos atrás, surgiu como morte estranha de umas cinco pessoas. Terminou com morte de milhares. O terremoto dos anos 90 na cidade japonesa de Kobe começou do mesmo jeito, noticia como morte de poucas dezenas. E logo a seguir, saberíamos que seriam alguns milhares. O padrão se repete.

A febre de revoltas contra ditadores islâmicos

Na avalanche de revoluções em ditaduras muçulmanas, a Síria entra na linha de frente. Está programado um grande protesto para depois de amanhã. Mas o filho de Hafez Assad, há dez anos no poder, tendo sucedido ao pai que ficara 30 anos comandando, deve produzir uma carnificina ou vai anunciar concessões para tentar diluir o fenômeno que também ameaça regimes de Iêmen e Barein no curto prazo? Será que a avalanche de revoltas ameaça todo mundo no Oriente Médio no médio ou longo prazo? Não sei. O velho Hafez Assad matou milhares de sírios décadas atrás. É tudo farinha do mesmo saco. Ditadores e covardes. Dois Assad na Síria equivalem a um Kadafi. Foi o vizinho Líbano quem patrocinou os termos da resolução do Conselho de Segurança da ONU para a operação militar agora em curso contra a ditadura de Tripoli.


Coitado do Obama na guerra contra Kadafi

Obama sofre críticas por tudo o que faz ou deixa de fazer. Pela primeira vez em mais de meio século, uma grande crise envolvendo confronto militar de fato, envolvendo nações ocidentais, não tem os Estados Unidos como dono de fato da bola. No início do bombardeio, no sábado, pensei que o presidente Nicolas Sarkozy estivesse brincando de ser o general da vez. De repente, rola uma ciumeira: Paris, Londres e Roma brigando pela definição do comando da operação militar. Os EUA em segundo plano. Sinal de decadência pós Iraque, pós Afeganistão e pós (ou ainda na?) crise econômica da quebradeira de 2008? Não sei. E na dúvida, parece que o comando anti-Libia vai ficar em mãos da Otan (Nato), o que no fim das contas, significa comando norte-americano.

Sem desembarque de tropas na Líbia, Kadafi é irremovível. Só seria derrubado ao custo de uma terrível guerra civil, e aí cada morador da cidade rebelada de Bengazi teria de ser armado até os dentes pelo Ocidente. Ou, num golpe de sorte, Kadafi morre por uma bomba casual? O petróleo líbio, 8 bilhões de barris ao dia, pagaria a conta depois.

Ainda o velho Facebook

Minha conta foi desativada no Facebook. Errei na dose e postei, por alguns minutos, uma foto obscena, num mural com reflexões sobre pornografia na grande mídia, notadamente Canal Multishow nas madrugadas. Choveu críticas, agasalhei-as, e até me arrependi. Mas agora estar de fora da ferramenta social me faz bem. Ontem, terça-feira, por exemplo, o dia ficou maior, rendeu bem mais, e talvez meus facefriends não estejam mesmo perdendo grande coisa. E agora posso, sem prejuízo para os novos compromissos, dar a este Correio da Lapa um pouco mais de atenção. Como todo blog, este nosso jornal-estapafúrdia estava morrendo de inveja do sucesso do Facebook. Por outro lado, é tanto mural chatinho, foto de batizado de gente que não se conhece, foto de pôr do sol, foto de cachorrinho, enfim, a ferramenta como um mar de delicadezas, ondas de repetição... Mas o futuro a Deus pertence. Até lá vou ficando por aqui...

Bethânia, sempre

Para além da polêmica sobre o blog da poesia de Maria Bethânia, um aviso: assim como Roberto Carlos é o nosso Rei, ela é a Rainha, ou pelo menos eu sou um súdito. Longa vida para os nossos artistas! Os melhores, mais poderosos e mais caros!

Crítica temporã

Recebo um email com duras críticas ao PT. Leio e imagino: esse texto não tem cara de receber guarida na grande mídia. Mas o Correio da Lapa é de todos, e agasalho. Interrompi essa reflexão matinal (será uma coluna?) e postei a pequena paulada no PT e denúncias sobre uma suposta crise da democracia brasileira em pleno início de 2011, no mês três da Era Dilma Rousseff. É só correr o mouse que você pode ler logo a seguir. Não é para endossar, mas refletir. Os dois mandatos de Lula significaram, para além da corrupção endêmica, mais comida, mas integração social. Endossei os três mandatos nas urnas. Boa sorte, Dilma!

Ainda Arnaldo Jabor

Jabor disse que o filme “Rio” é uma UPP na indústria cinematográfica americana, que quase sempre assassinou a imagem do Rio de Janeiro. E, opinião minha, e talvez também de Ruy Castro e do próprio Jabor: Hollywood assassinou Carmen Miranda.

Fenômenos da internet

O excelente e brasileiríssimo Jornal ALEF, da comunidade judaica, tem 65.000 assinantes em 16 países.

Adriano colabora com Ronaldinho Gaúcho no Flamengo ou substitui Ronaldo Fenômeno no Corinthians?

Adriano Imperador

Correio da Lapa, o último blog, grita aos quatro ventos: Toda força para Patrícia Amorim trazer Adriano Imperador de volta à Gávea. Não basta um bom time no Flamengo, há de se ter um bom banco. Vamos somar ou sonhar.

Jornalismo líbio

O Faustão local empunha um fuzil num programa de TV e diz que vai lutar dormindo ou acordado para defender Kadafi, diz que o país vai sacrificar até o último bebê em nome de Deus e em nome do coronel que ele julga ser o único presidente no Mundo capaz de armar toda a população, como prova de que confia nela. Ver no link da BBC>


Fim.