Por Alfredo Herkenhoff
Correio da Lapa – Rio de Janeiro, 16/04/2011
As duas únicas acusações que ainda ameaçam Berlusconi
Parte 3 de 5
Silvio Berlusconi diz que não é santo, mas não pagou para transar com a marroquina Ruby, então uma linda prostituta menor de idade. Isso na Itália é crime. Ruby, que está a caminho de fazer 19 anos, nega que tenha tido relações sexuais num Bunga Bunga com o poderoso chefão. Mas ganhou centenas de milhares de euros para abrir um negócio e assim escapar da pista. Essa explicação é do próprio Berlusconi. Esta é uma das graves acusações que pesam sobre Berlusconi: tecnicamente, se ele pegou a prostituta de 17 anos ele está incurso em crime de pedofilia.
É bem provável que ele não soubesse que ela fosse menor de idade. Ela disse que aos 17 já apontava ter mais de 20. Isso é verdade. Berlusconi gosta muito de jovens de 18 anos e um dia de idade até no máximo uns vinte e pouquinhos.
A outra grave acusação que pesa sobre Il Cavaliere foi o fato de, num impulso romântico, ter telefonado para uma delegacia onde a queridinha Ruby estava presa por envolvimento num caso de roubo com outra prostituta. Apavorada, ele disse ao delegado. “Sou amiga do Berlusca”. A conversa do presidente foi gravada pela própria polícia. O presidente do Conselho dos Ministros disse ao delegado de plantão no meio da noite: Essa jovem é sobrinha do presidente do Egito, Hosni Mubarak. Solta ela logo e nada de fotografia. Berlusconi mentiu para o delegado, para a polícia, para a lei. Isso na Itália é crime.
Mas são estas as duas únicas acusações que ameaçam o futuro do homem tão rico quanto o brasileiríssimo Eike Batista.
A ditadura moderna instalada na Itália permite ainda que Berlusconi deboche do escândalo sexual. Patenteou o termo “Bunga Bunga”. Disse que vai ficar ainda mais rico com esta marca. Ao todo 33 mulheres se envolveram nos festins Bunga Bunga na alta madrugada nas mansões e nos palácios, enfim, sexo em Milão, sexo Roma ou na paradisíaca Vila Certosa, na Sardenha.
(continua)