Nosso urânio e plutônio é para a guerra, ameaça o ditador Jong, desafiando ainda a sanção da ONU que ele comparou a uma declaração de guerra se levada a efeito.
Coreia ditatorial abre o jogo: nosso plutônio é para bomba mesmo! E se ficarem de nhem nhem nhem, dando dura, blitz no nosso comércio terrestre, aéreo e marítimo, vamos considerar que é uma declaração de guerra.
Correio da Lapa: Notícia Comentada (*)
A Coreia do Norte avisou ao mundo, neste sábado: vai usar urânio e plutônio com fins militares e qualquer bloqueio ao país será considerado ato de guerra.
"Todo o plutônio extraído será usado com objetivo militar. Um terço das varetas de combustível já teve tratamento", advertiu ameaçadoramente o Ministério das Relações Exteriores em comunicado divulgado pela mídia do estado. "E vamos começar a enriquecer urânio", acrescentou o texto.
Na sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU decidiu aplicar sanções rigorosas à ditadura da Coreia do Extremo por causa do teste com explosão de bomba atômica em 25 de maio passado. A resolução 1874 do conselho determina inspeção de cargas aéreas, marítimas e terrestres com destino à Coreia do Norte, ou que estejam saindo do país, e ainda ampliação de restrições de comércio de armas comuns. Além disso, o Conselho de Segurança determinou sanções financeiras à Coreia do Norte, que depende do exterior para alimentar o povo.
O pais é montanhoso e enfrenta problemas agrícolas há anos. Não modernizou-se, Dependia de Moscou, mas os russos desistiram de patrocinar esse tipo de regime, como fizeram com Cuba. Havana se virou com turismo apoiado por mafiosos espanhóis e italianos do ramo da indústria de hotelaria. Já o ditador Jong Il, sem alternativa, faz pirraça, chama a atenção, brinca de construir arma nuclear quando na verdade envia um complexo pedido de socorro ao mundo.
Analistas acreditam que o país tenha de 8 a 10 bombas atômicas prontas ou semiprontas. Em 2002, os norte-coreanos reagiram a acusações da Casa Branca de que estariam com um programa nuclear de cunho militar negando beligerância e dizendo que era tudo pacifico. Agora Pyongyang não só não esconde mais nada como exibe tudo, incluindo mentiras.
Mas a brincadeira está ficando perigosa. A Coreia do Norte, segundo estimativas insinuadas por fontes da inteligência dos Estados Unidos, teria de 100 a 200 mísseis balísticos.
O regime stalinista tem só tem quatro vizinhos, ou quatro alvos possíveis para seus artefatos no bico desses mísseis que alcançam até mil e 200 quilômetros. Podem causar uma hecatombe louca atacando o Japão, atacando os russos, que nem no Conselho de Segurança da ONU ajudam mais a ditadura como esta gostaria, podem atacar a China, que ajuda, mas, mas tem problema demais e pede calma ao mundo, com medo de uma fuga em massa de cidadãos norte-coreanos rumo a qualquer lugar longe de Jong, e a China é o longe mais perto, só que o território chinês já é superpovoado. E finalmente, o Norte do Extremo pode atacar os irmãos sul-coreanos.
São esses os quatro fantasmas vizinhos do ditador. A alternativa da Coreia do Norte é desafiar Washington de outro lado do mundo, mas com soldados na península.
Não está longe a aproximação do que parece impossível, um plano B dos sonhos de Barack Obama: a Coreia do Norte esqueceria os vizinhos e explodiria bomba de qualquer tipo, menos nuclear, em seu próprio território. Em vez de bomba nuclear num buraco a 10 quilômetros de fundura, uma bomba caseira na casa ou no palácio do ditador. Esta solução, tão simples, mas de difícil execução, pouparia vidas porque Jong encarna a falta de liberdade, a escravidão, a tortura, o assassinato, a tirania absoluta, e ele insiste em ameaçar a onça com vara curta como se fosse o próprio demônio brincando de fodão. E com o diabo não se brinca.
Claro, se perguntar a qualquer estrategista americano, a reposta é: vamos com diplomacia, muita calma nessa hora,. Se Jong cair vivo, vai para Haia, Tribunal de Direitos Humanos nele naquele esquema que pune chefes sanguinários da Sérvia, ex-Iugoslávia. Mas se o ditador cair morto, ninguém que mandou vai dizer que mandou matar.
(*) Por Alfredo Herkenhoff