Correio da Lapa contra aquele abraço de Lula com o xiita radical
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse ao Brasil, abraçado ao presidente Lula, que Israel e Estados Unidos “não têm coragem” de atacar o país dele. O que ganha Lula com tanto carinho para o líder xiita? O que ganhamos nós com essa história de promover a paz no Oriente Médio e no Mundo Inteiro? Ora, se não promovemos a paz nem no Morro do Juramento, vamos brincar com a verdade? O fato é que o Irã de fundamentalismo islâmico revolucionário não aceita sequer a liberdade de expressão. Ditadura da religião. Desrespeito às minorias sexuais e religiosas, discriminação contra as mulheres, assassinato dos gays etc.
Dizer que está promovendo o diálogo é pouco, presidente Lula. O Irã não é Honduras. O Irã não é pacífico. Dias atrás, comemoraram com barulho um aniversário da tomada de 52 reféns na Embaixada de Washigton em Teerã, quando os fanáticos mantiveram aquelas pessoas, funcionários americanos sem culpa de ter um emprego público, num cativeiro de mais de um ano, que já nem nos lembramos a duração de tão longo que foi aquele ridículo atroz que a história não apaga.
Lula perdeu pontos na comunidade internacional. Nada de rapapé com um regime totalitário. O líder que constrói a bomba nuclear no subsolo do Irã ganha mais do que o Brasil ao fazer essa visita teatral ao nosso país, porta de entrada para mais papagaiada na Bolívia de Evo Morales e Venezuela de Hugo Chávez, este exportando as mentiras e os apagões de Caracas para o Rio de Janeiro.
A política externa da era Lula é o ponto mais fraco da sua administração. O melhor, a estabilidade no plano macro da economia. O mais sensível, a política, mesmo exagerada, de distribuição de renda via bolsa-família esmolada, política esta que tem de ser reduzida, paulatinamente, porque não traduz eficiência e, a médio prazo, gera atraso econômico e social. Esmola não é inclusão social, é mera emergência. Mas, no caso brasileiro, já se transfigura em prática eleitoreira, ou compra de votos com aprovação do Congresso e do Supremo, dois Poderes Extremamente Indulgentes com o Executivo.