Sorria, você está no Youtube: Parabéns Ipahb!
Dá pra ver tudo no Youtube, até a Baixada. São videos, filmetes, documentários sobre essa gente lutadora que sabe o valor que tem e trabalha para que essa riqueza cultural quase escondida possa propiciar uma perspectiva melhor para quem hoje vive no fundo da capital, em especial os jovens sobrevivendo entre os lixões e as lan houses. Viva o amor-próprio, viva gente como Gênesis Torres, coordenador do Ipahb, o Instituto de Pesquisas e Análises Históricas da Baixada.
Gênesis Torres adverte: sim, criança abandonada tem, gente dsempregada, tem, gente vivendo de catar restos nos grandes lixões, tem, carência de bons hospitais públicos, tem. O Instituto oferece elementos para que a populaçao da região fortaleça a auto-estima, que se não anda em baixa total, anda pelo menos deprimida por falta de meios que reflitam uma identidade ameaçada.
Sim, a internet permite que todo mundo vire editor-chefe, divulgador e denuciador de mazelas sociais, mas são os veículos tradicionais, fora da internet, que melhor propiciam algo que a rede de computadores ainda não oferece: ou seja, a leitura partilhada, a leitura ritual cotidiana. No Rio capital, por exemplo, uma classe média, pela manhã, já está lendo os mesmos jornais. Em seguida, esta classe discute seus problemas com base num repertório comum de informações recentes.
Já na Baixada, não, pois o que a região enfrenta é uma espécie de esquizofrenia, um desequilíbrio de informação envolvendo muita gente que trabalha na metrópole e dorme em bairros abandonados, cujos problemas de infra-estrutura raramente ganham destaques nos jornais locais. Estes veículos são poucos, pobres, irregulares e ineficientes, na maioria, se é que se pode falar em maioria quando são tão poucos os jornais, muito deles vivendo à míngua, na dependência de uma publicidadezinha oficial, seja de uma prefeitura, seja de uma empresa, fundação ou autarquia, coisa que, aliás, costuma redundar em edições laudatórias, chapa branca, puxando o saco mesmo de quem anunciou.
Instalado em São João de Meriti, o Instituto de Pesquisas e Análises Históricas da Baixada abrange praticamente todas as cidades da região, oferecendo cursos de história local e facilitamd a vida de pesquisadores sobre fatos do passado e perspectivas do futuro. O Ipahb procura consolidar e organizar os documentos dos municípios, bem como preservar o patrimônio cultural da Baixada, franqueando o acesso do público a essas informações.
Em seus primeiros dez anos de atuação, os mais beneficiados pelo Ipahb tem sido os professores de História e Geografia, carentes de conteúdo local. O Instituto ministra ainda seminários além de animar eventuais debates sobre a definição das políticas públicas, notadamente na área de meio ambiente e turismo da Baixada.