Meninas que pensaram em agradar Berlusconi e se deram mal
Parte 2 de 5
Por Alfredo Herkenhoff – Correio da Lapa – Rio de Janeiro, em 15 de abril de 2011.
Na quinta-feira, no jornal La Repubblica, duas dessas meninas do escândalo Bunga Bunga contaram que estão passando sufoco por causa das festinhas noturnas em Arcore, uma das mansões do presidente Silvio Berlusconi. Algumas dessas meninas fazem novas acusações ao chefe de governo e a Emilio Fede (diretor de um telejornal na TG4, emissora de propriedade do primeiro-ministro). Denunciam que foram convidadas para o Bunga Bunga com a promessa de que ganhariam trabalho na televisão.
Mas, com o escândalo na mídia, deu-se o efeito contrário ao pretendido pelas jovens. Paira no ar na ar a sensação de chantagens de parte à parte.
Por que só agora elas começam a falar o que parece ser em boa parte uma versão mais próxima da verdade? Provavelmente porque não só não conseguiram descolar um lance legal na TG4 ou qualquer bom trabalho num dos vários empreendimentos do milionário presidente do Conselho dos Ministros, como sequer estão, estas belas meninas, conseguindo trabalho em parte alguma da Itália.
Uma dessas garotas de programa mora, por exemplo, numa lugarejo chamado Gravellona Foce, naquela bela região onde fica o Lago Maggiore, perto de Milão. E nesse pequeno lugar, a população agora vê a jovem como mais uma puta, e pior, uma que não sabe tocar bem o seu negócio, uma escort fracassada. Ninguém quer dar emprego para essas jovens tornadas famosas, mas cuja fama não está rendendo chongas.
O escândalo assume ares de drama, podendo degringolar para tragédia. As meninas começam a falar o que dizem ser a verdade pensando que desta forma recuperam o respeito, a auto-estima e quiçá ganhando alguma grana.
Continua