sábado, 30 de abril de 2011

Poema de Ricardo Muniz para o Rio de Janeiro: Resposta a Renata


Caro Alfredo !

Minha filha tá fora e perguntou-me pela Cidade Maravilhosa. O que seriam algumas lnhas de e-mail cresceu e tomou forma. Envio para o
Correio da Lapa, caso o editor avalie que procede.
Abraço
Ricardo Ruiz

RE o Rio continua o mesmo:


Quando chove a cidade vira lagoa
Quando não chove faz aquele calor
A praia tá sempre cheia e os bares também.
Os copos estão sempre carentes,
quando esvaziados choram até que sejam novamente preenchidos.

As meninas como sempre vistosas e virtuosas

Os rapazes como sempre paquerando

Os trabalhadores fingindo que estão trabalhando

Os patrões fingindo que estão pagando
Os desempregados fingindo que procuram emprego

Os gays fingindo que são alegres

Os coroas fingindo que são jovens
As pirralhas fingindo que já são mulher

A Lapa fingindo que é São Paulo

O Leblon fingindo que é chique
As socialites fingindo que são faveladas
As peruas fingindo que são madames
Os garçons escondendo que o chopp tá quente
Na hora da conta em vez de esconder inventam despesas

Os guardas municipais multando pra enriquecer o prefeito

A PM tirando a pão da boca dos assaltantes
Será que os PMs não pensam que os bandidos
também tem filho pra criar ?

Os camelôs não vendem mais produtos paraguaios

Agora até o uisque paraguario vem da China

Os políticos vendendo o pré pré-sal a preço de banana

Como sempre fingindo que são oposição
E o governo finge que é administração

Ainda bem que amanhã tem Fla X Vasco

Se não faltar luz no Engenhão...

Ricardo Ruiz
Rio, 30 de maio de 2011.