O colega Romildo Guerrante enviou ao Correio da Lapa
um email com foto e perfil de uma das personalidades mais marcantes do charmoso bairro carioca de Santa Teresa: Diógenes, que aparece na imagem varrendo o asfalto diante do seu Bar do Mineiro. Eis o texto do jornalista Romildo:
Essa figura aí da foto é um ex-colega do Banco do Brasil, Diógenes Paixão,
marchand e um dos maiores colecionadores de Volpi no Brasil. Há cerca de 30 anos, fomos vizinhos na Rua Aarão Reis, em Santa Teresa, quando nos frequentamos muito. Uma cunhada dele preparava uma feijoada de arrepiar. E nós éramos convidados sempre. Lá conhecemos muita gente que vivia de arte. Diógenes sempre conviveu com isso. Mas ele tinha alguns sonhos interessantes, como o de ser dono de botequim. E tanto fez que comprou um pé-sujo na Rua Paschoal Carlos Magno, que se chamava, na época, rua Mauá. O Bar do Rosa era um botequim mal frequentado, que vivia de vender cachaça e prato feito para gente que não tinha onde cair morto. Mas Diógenes foi, aos poucos, mudando as características do bar. Foi adaptando o bar, mudando a frequência, convidando artistas, enfeitando as paredes com coisas de bom gosto. Em poucos anos o Bar do Mineiro virou um sucesso. Até hoje é um sucesso, principalmente pela feijoada que rolava na casa dele, e que foi transplantada para o bar... Mas Diógenes não muda a rotina: todo dia, exceto segunda-feira, quando o bar não abre, ele vai pro meio da rua de pá e vassoura para recolher o lixo que os frequentadores do bairro atiram em todos os cantos. Diógenes chega sempre antes dos garis da Comlurb. E os garis torcem para que o exemplo dele prolifere, assim o bairro ficaria mais limpo - e, claro, o trabalho pesado deles diminuiria. Diógenes Paixão é mineiro de Carangola, não larga as raízes, mas é um carioca que jamais abandonaria o Rio por Nova York ou Paris, as duas cidades que mais admira no mundo.