domingo, 4 de julho de 2010

Coluna da vuvuzela e o nome da jabulani em 2014

Dilma, Serra, Choque de Ordem, Lula, Alemanha, Paraguai, Criança e Saudade



Rola desde o início do ano passado um tititi no Youtube especulando o aspecto pedófilo de Crepúsculo, a paixão de um jovem vampiro por uma adolescente numa high school... Acontece que o galã no cinema, ainda que tenha aparência também adolescente, travestido de estudante secundarista, é na verdade um velho vampiro de apenas 100 anos de idade, ou seja, é um tarado de fraldas no reino da maldade eterna.

No Mundial da Fifa, doeu a derrota do Paraguai que vinha fazendo um belo segundo tempo, quase eliminando a Espanha.

Constatamos via TV que todo mundo bebe cerveja dentro e fora dos estádios. No Portão de Bradenburgo, todo mundo bebendo cerveja. No Rio, duas horas antes e duas horas depois, ninguém pode beber cerveja nas ruas no entorno do Maracanã. Este choque de ordem é um sinal da decadência da ideia de melhorar a cidade pela educação, e não pela repressão.

Fazer xixi na rua é atentado ao pudor. Existe lei proibindo alguém de fazê0-lo quando a bexiga estiver estourando?

Parecia que a realização dos Jogos Pan-Americanos no Rio traria mil benefícios sociais ao Rio de Janeiro. Será que trouxe? Engenhão requerendo já reformas. Apartamentos mal acabados na outrora Vila Olímpica. O piso caro da quadra do Maracanâzinho arrasado pelas águas de abril. O Pan-Americano foi bom para trazer o Mundial de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Mas não trouxe grande beneficio algum para o dia a dia do carioca. A propaganda no Brasil, por mais feroz, eficiente e avassaladora que seja, não esconde a realidade: cotidiano cruel, desordem, injustiça e omissão da maioria dos políticos.

Rola sugestão para que a jabulani em 2014 ganhe o nome de tanajura. Parece que é sugestão de Washington Olivetto. Tanajura embute, além do lado redondo da bunda, um aspecto de machismo. Não creio que cole, ainda que concorde com a máxima ziraldiana: a bunda deve ser redonda, se a bunda for redonda a humanidade está salva.

Outros nomes possíveis emergindo agora como sugestão deste Correio da Lapa: redondinha, gorduchinha, chulipa, tropicana, jardineira, bola-da-copa, criança e saudade.

Redondinha remete a essas especulações tão jocosas quanto falsas de preferência nacional.

Gorduchinha evita discriminações as pessoas obesas e remete, a exemplo de chulipa, à interminável invenção de palavras na narração do futebol e de suas emoções.

Tropicana e jardineira remetem ao carnaval, este êxtase de todo dia ganhando explosões da nacionalidade nas grandes datas, dois nomes que dariam uma ideia de carnaval brasileiro fazendo escola em escala planetária.

Bola-da-copa seria um jeito formal de batizar a pelota com pompa e circunstância.

Criança e saudade são duas possibilidades de o Brasil valorizar o que tem de melhor: a esperança no futuro e o orgulho das boas coisas que o legado do tempo deixa em cada coração. Dá um tapa na criança e manda para o fundo do gol. Mata a saudade no peito, dá um drible da vaca, mas perde o gol mais feito da competição....

Outros nomes hão de pintar por aí. Tanajura tem um lado interessante: a bola tá jurada, de vida ou de morte, sim, bola predestinada a repetir novas surpresas, povos chorando, multidões sorrindo e cantando.
A grande imprensa no Brasil andou estampando manchetes, nos dias que antecederam o início do Mundial de 2010, prevendo que as vuvuzelas estariam com os dias contados, que a Fifa iria proibir os decibéis. Quanta ilusão. Papel e microfone aceitam tudo. Na festa da goleada alemã sobre a Argentina, vimos vuvuzelas aos montes diante do Portão de Bradenburgo. Berlim bebe chope e toca corneta. Futebol sem barulho é igual a goiabada sem queijo.

No mapa das pesquisas de intenção de votos, delineia-se: Serra tem mais votos nas regiões mais ricas e entre pessoas mais esclarecidas. Isso não quer dizer que eu não vá votar em Dilma. Isso apenas ilustra o lado assistencialista do Estado brasileiro, com essa política suicida de impor carga excessiva de tributos e fazer a farra eleitoreira. FHC fez isso. Lula só aumentou a dose. Sérgio Cabral fez isso, com remédios de graça para os mais velhos, como se alguém não estivesse pagando.

O mundo se divide entre políticas econômicas mais e menos eficientes. As mais são as que cobram menos impostos e propiciam escala de produção de bens e serviços. As menos eficientes propiciam palavrório e socialização da pobreza, a tal carência de repolho na Venezuela cheia de petróleo e um fidelcastrozinho boquirroto.... A vitória de Dilma, que dou como quase certa por mera intuição, será o penúltimo milagre de Lula. O último será a sua volta triunfal em 2014, ainda que ele tenha desmentido, dias atrás, qualquer plano nesse sentido.

Por Alfredo Herkenhoff