segunda-feira, 14 de junho de 2010

Shakira, Pedro Bial, futebol e Guimarães Padilha

Pedro Bial, um belo repórter teMpos atrás, invade o gramado do Maracanã vazio com convidados para provar uma tese tosca: o drible como invenção de negros no Brasil, 100 anos atrás, para escapar do desprezo racista. Ora Bial, então você não leu o que Nelson Rodrigues escreveu, que o Fla-Flu começou 40 mil anos antes do nada? Vai demorar 40 séculos champoliônicos para aparecer um novo poeta do futebol à altura de Armando Nogueira... Patética tese.

A Veja agredindo o bom senso para provar que Luís Fabiano descende da mesma árvore genealógica do britânico escocês Charles Miller. Da parte de Adão todo mundo é irmão. Ô Árvore! Reportagem de capa, ridícula.

Repórteres perdendo tempo com o que poderia ser uma bela reportagem, para concluir que ninguém nasce Fernandinho Beira-Mar, apenas porque seus colegas de classe, outrora crianças, não se perderam pelos caminhos do narcotráfico. Ora Jabulanis, ninguém nasce minha mãe. As colegas de classe de minha mãe, tenham se tornado mães ou não, não nasceram minha mãe. O interior da Ásia, há cinco mil anos, jogava bola com cabeça de homem inimigo decapitado. Era a arte do engodo, fingir que vai para um lado, atraindo o marcador e saindo com a vitória pelo extremo oposto.

Extremo por extremo, bons jornalistas brasileiros estão enlouquecendo com a midia da vaidade, a autocelebração. Jornalista, político, traficante e político são quatro raças perigosas. Têm esprit de corps e armas terríveis, a pior delas, o desrespeito à verdade. Claro há os bons e maus em cada corporação, cada redação. Mas vale o escrito. Quero a minha vuvuzela. A fifa não vai proibir na África, em respeito à cultura e a festa num país onde a minoria branca vai diminuinido, com uma constante fuga, cidades entre a mais violentas do mundo, tipo Recife e a Grande Vitória juntos. Festa onde um em cada quatro homens tem o HIV correndo nas veias e no esperma farto.

Bem diz um primo que diz: só três coisas me metem medo no mundo: capeta, mulher casada e jornalista.

Ninguém no Brasil hoje torce para a Seleção ser Hexa. Quem torce para isso automaticamente torce para ser Hepta na final da Copa no Rio de Janeiro em 2014.

E logo mais, daqui a duas horas, vamos dar um abraço no Guimarães Padilha na ABI. A noite de autógrafos promete papo, futebol, política e nostalgia. (Por Alfredo Herkenhoff)