quinta-feira, 9 de julho de 2009

Internet na política: arma nas nossas mãos

Por Fernando Herkenhoff Vieira

Aos amigos e amigas para os quais envio e-mails peço desculpas antecipadas pela ausência de provocação nesta mensagem. Antes de tudo, a internet presta-se à diversão, divulgação da cultura, do conhecimento e, principalmente, à comunicação entre as pessoas.

Transformou-se, entretanto, numa ferramenta contraditória, pois ao mesmo tempo que nos conecta com as pessoas, nos mantém à distância, isolados e frequentemente acomodados, quando não "viciados".

Estamos diante de uma revolução científica, tecnológica e cultural sem retorno. A mídia escrita está hoje diretamente vinculada à internet. Há sites e blogs de todos os gêneros, antes jamais imaginados.
Todo o conhecimento, dados, processamentos, informação e entretenimento passam direta ou indiretamente pela internet. Há 10 anos, havia 10.000.000 de internautas no Brasil. A estimativa é de que em 2010 serão 100.000.000 de internautas.

Um cidadão que não usa ou não tem acesso à internet transformou-se em cidadão despossuído, alienado. Transformou num analfabeto virtual e real. Todos sabem que os telefones celulares são grampeados, muitas vezes ao arrepio da lei.

Há até uma brincadeira: quer espalhar um segredo: fale num telefonema celular. Com os e-mails da internet ocorre a mesma prática, embora ainda em menor intensidade.

A novidade para mim é que a internet transformou-se na principal ferramenta de exercício da cidadania. Notem o que ocorreu no Iraque, agora na China e no Brasil.

Tenho poucas dúvidas de que o recuo da bancada do Partido dos Trabalhadores em relação ao episódio José Sarney deveu-se principalmente à opinião pública favorável ao afastamento de Sir Ney da presidência do Senado Federal, e particularmente à manifestação ativa da cidadania através de e-mails e da ferramenta twitter.

Eis a constatação. Podemos ser cidadãos politicamente ativos, fora do período eleitoral, cobrando dos políticos que elegemos uma prática coerente com aquilo que ele divulgou e fez propaganda durante a campanha eleitoral.

Estamos, portanto, mais equipados para o exercício de uma cidadania ativa. Não existe mais justificativa para a omissão. A arma está em nossas mãos e já está dando resultados. Usemo-la.