sexta-feira, 5 de junho de 2009
Airbus: um piloto viu fogo no ar. Nelson Jobim não crê nisso
O Airbus da Air France explodiu no ar, segundo visão de um piloto da companhia Air Comet, que voava na rota Lima Madri. E segundo o jornal Le Monde, o avião que caiu no Atlântico estava numa velocidade excessivamente baixa para a situação de turbulência. A Air France e a empresa fabricante do aparelho não comentaram as novidades destas quinta-feira. Enquanto engrossa o pacote de especulações e suposições, aviões e navios de vários países prosseguem nesta sexta-feira na busca de destroços nas águas do Atlântico bem acima de Fernando de Noronha.
O Le Monde afirmou que a empresa Airbus deveria emitir uma orientação específica sobre as velocidades corretas do modelo A330 durante turbulências.
Um piloto disse ao jornal espanhol El Mundo que viu um clarão sobre o Atlântico na mesma hora em que o voo 447 da Air France sumiu.
– De repente, vimos à distância um brilho forte, intenso, de luz branca, que assumiu uma trajetória para baixo, vertical, e desapareceu em seis segundos – teria dito o piloto.
– Não ouvimos qualquer comunicação em qualquer frequência de emergência ou ar-ar, antes ou depois desse fato – acrescentou o piloto, segundo o jornal. A Air Comet também não quis comentar o caso.
Nos instantes que antecederam o acidente (as autoridades parecem já ter descartado a hipótese de atentado-suicida-durante-turbulência-como-disfarce-para-um-não-atentado), o jato da Air France não enviou pedidos de socorro, apenas transmitiu automaticamente mensagens eletrônicas com os equipamentos digitais indicando pane elétrica e descompressão súbita ao entrar numa zona da supertempesta intertropicalis.
A Força Aérea Brasileira encontrou destroços e manchas de óleo espalhados num setor de quase 100 quilômetros de mar, a cerca de mil quilômetros da costa do Nordeste.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que a mancha de combustível indica que, provavelmente, não houve explosão, o que afastaria a hipótese de um atentado e que, de alguma forma, entra em contradição com o relato do piloto da Air Comet.
Fica ainda a pergunta do Correio da Lapa para encorpar o rol das especulações: será que não existe atentado a bomba em pleno ar não para pulverizar a aeronave, mas apenas para causar um belo horrivel? Um clarão que levasse o grosso da explosão para acontecer apenas no violentísimo choque de um já estropiado Airbus com o mar?
Especialistas tendem a apontar a turbulência ou a descompressão durante a tempestade como causa da queda. A tragédia é a pior e uma das únicas nos 75 anos de existência da Air France, uma das companhias mais eficientes e charmosas da história da aviação. O avião da Air France caiu na noite de domingo, quase quatro horas depois de decolar do Rio rumo a Paris com 228 pessoas a bordo.