O deputado federal Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) não tem gostado das análises da imprensa sobre sua candidatura ao governo do Estado em 2010. Ele tem dito a interlocutores que sua candidatura não é apenas para erguer o palanque do PSDB no Estado e que vai para a disputa, apostando no desempenho que teve nos oito anos gestão à frente da prefeitura de Vitória.
O deputado federal garante que não vai se colocar como oposição ao governo do Estado, já que, desde o primeiro mandato do governador Paulo Hartung, os tucanos estiveram dentro do leque de aliança do governo. Isto não significa, porém, que não esteja disposto a disputar de igual para igual com o vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB).
Sem atacar o governador, Luiz Paulo pretende estender a relação de confiança já estabelecida, mas tem buscado junto a lideranças de todo o Estado apoio à sua candidatura. Em andanças pela Grande Vitória e pelo interior, o deputado estaria sentindo confiança de que tem chances de se eleger.
Para isso, ele se baseia no desempenho que teve nos oito anos em que esteve à frente da prefeitura de Vitória, quando conquistou visibilidade em toda a região metropolitana, justamente onde o vice-governador não tem boa penetração eleitoral. Região esta que concentra 62% do eleitorado do Espírito Santo.
Para os meios políticos, a candidatura de Ricardo Ferraço depende muito mais de indutores de votos do que a de Luiz Paulo. O vice-governador vem buscando apoio na Grande Vitória e, além do prefeito da Capital, João Coser (PT), conseguiu atrair para seu palanque os prefeitos da Serra, Sérgio Vidigal, e de Vila Velha, Neucimar Fraga. Mas o valor deste apoio vai depender da capacidade de transferência de votos de cada um e do desempenho deles à frente das prefeituras até o período eleitoral do próximo ano.
Quanto aos apoios do PSDB, o DEM e o PPS, que nacionalmente estão no palanque da oposição ao governo federal, capitaneado pelo PSDB, no Estado querem ficar do lado de Ricardo Ferraço. Mas os tucanos capixabas apostam ainda nos acordos nacionais para influenciar nas alianças regionais.