domingo, 10 de maio de 2009

Bar das Mães no Bar da Feira no Dia das Mães 3

E Paulinho do Pandeiro soa as pratinelas do couro de gato e canta. E o PC, no surdo, reina na marcação suavemente tonitruante. Rogerinho Miranda, o dono filho do dono Antonio Miranda, comanda os serviços de leva e traz com a equipe Edson Fortaleza, Verê Orleans e Evandro.

E tome de Gamboa, de Neuber, de Thompson e Maristela Trindade, e de repente Vinicius sola no cavaquinho, e Bahia, o velho preto velho Bahia, vindo lá das bandas da Baixada, faz soar com maestria o banjo com cordas de nylon ou aço, complementando a excelência do pagode de rua.. E tem Dininho, Omar, Rodrigo, Fernando Quental, João Sabóia MP Lafer, Vivian Guerreira, o velho Domingos, o velho Joaquim, os lusitanos do imenso mar de Pessoa e Camões...

E salve ele, o Mineirinho, e salve Sandra com a sua fiel cadela labradora Dasha, e Salve Elisa, da Rua Assunção, e salve o Barão, e salve Ed Sartori filmando e fotografando as mães como a sua e a sua mulher, Madame Hadba, que conversa sobre a difícil arte de não morrer nem quando pedem que a gente morra. Quem pede? Só o tempo, só o tempo ousa. Mas, não, nem o tempo tem tanta autoridade nesses tempos de Dia das Mães e das Mãos.

Quem toca as mães são as mãos do samba. Como disse uma vez o Marecha, o jornalista Álvaro da Costa e Silva, e o Mário Lago Filho também pensa assim, creio, samba é feito pra pegar. Samba tem que ter mão, samba tem pegada. Quando o samba pega, ninguém fica parado. Ninguém é doente da cabeça o suficiente para não sambar, nem que seja sambar quase invisível, um leve tamborilar de dedos sobre as mesas, se as pernas já não agüentarem.

Ninguém é capaz de não gritar: mamãe, salve a Bahia.

continua