domingo, 5 de julho de 2009

Imigração Italiana e Espírito Santo - Causas, começo e fim (1/2)

No princípio do Século XIX ocorreram grandes modificações políticas e econômicas na Europa. Terminada as guerras napoleônicas, o Congresso de Viena - 1814/1815 - estabeleceu arbitrariamente novos estados, formas de governo e alianças, sem escutar os povos a eles submetidos. Assim, a Itália se viu dividida em sete Estados soberanos, surgindo, em consequência, o ideal da unificação. Esta foi obtida apenas em 1870, graças a Vitor Emanuel II, o Primeiro Ministro Cavour e o revolucionário Giuseppe Garibaldi. Terminada a luta, o sonho de paz e prosperidade foi substituído por uma dura realidade: batalhões de desempregados e camponeses sem terras não tendo como alimentar a si nem as suas famílias. A Revolução Industrial, com a advento das máquinas, substituíra o trabalho do homem, com muito mais lucro e perfeição. A solução foi emigrar em busca de novas terras não exploradas e ricas.


Núcleo colonial de Santa Cruz (hoje parte é município de Ibiraçu)

Os primeiros colonos para esse núcleo chegaram no navio Colúmbia, que aportou em agosto de 1877. Os outros vieram nos navios "Izabella" e "Clementina". Realizaram o mesmo itinerário do grupo trazido por Pietro Tabacchi para Colônia Nova Trento, ou seja, de Vitória para Santa Cruz, de vapor. Em seguida, em canoas, subindo o rio Piraqueaçu até o Porto de Santana, em Córrego Fundo e, dali, a pé, até a Fazendo do Morro das Palmas. Daí, eram agasalhados em um barracão do tempo de Pietro Tabacchi. (falecido em 21.6.1874).

Relatório assustou Itália

Em 20 de julho de 1895, o Governo Italiano proíbe terminantemente a emigração para o Espírito Santo. Esta medida foi conseqüência do relatório enviado pelo Cônsul da Itália neste Estado, apontando as dificuldades que o imigrante era obrigado a suportar: má alimentação, abusos da polícia e justiça incerta, insalubridade do clima, deficiência de serviços médicos e escolares, demora excessiva na medição dos lotes e divisão de terras etc.