Mas Lula está certo. Em nome da governabilidade de um Brasil tão diversificado, o presidente sacrifica a própria imagem. Se ele tivesse ido atrás da ex-petista Heloísa Helena, a senadora que fugiu indignada do barco depois que Henrique Meirelles foi confirmado na chefia do Banco Central, certamente hoje o Brasil não teria juros Selic a menos de 10% ao ano. Porque, além das diferenças pessoais entre Meirelles e Heloísa, ele é mais eficiente. Assim como, apesar das diferenças entre a senadora e a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello, tivesse sido a atual líder do PSol alçada ao comando da política macroeconômica, o Brasil hoje teria inflação no estilo Zélia, porque as duas mulheres têm algo em comum: são caridosas com a coisa pública em coma.
Cada vez que a imagem de Lula é arranhada por esses excessos dos técnica e legalmente honestos aliados do Maranhão, o mercado sorri. Cada vez que Lula é atacado por ex-admiradores, estes ingênuos eleitores indignados, o mercado sorri.