Será que o caipira preso na Baixada com cartões de crédito de políticos é versão brega do elegante falsário vivido por Leonardo DiCaprio no filme Prenda-me se for capaz, de Spilberg?
Correio da Lapa - Notícia comentada (*)
Um estelionatário romântico na Baixada fez algo sensacional do ponto de visto do insólito. Wanderson Fonseca Assis escreveu para bancos e financeiras pedindo cartão de crédito adicional em nome de políticos famosos, governadores, prefeitos, senadores e altos empresários. Enviava os dados e dava o endereço de sua própria casa na periferia do Rio de Janeiro. Recebia os cartões e iniciava a gastança nos shopping centers. Durou pouco este gesto heróico de brincar com a maior fantasia. Sim, um crime, mas maravilhoso, sem violência, usando da mesma arte dos poderosos, o poder. Por simplesmente o estelionatário usar a imagem do poder, muita gente não desconfiou ou se desconfiou teve medo de manifestar desconfiança...
Bancos lhe mandaram os cartões, liberaram-lhe os cartões. O comércio talvez tenha desconfiado. Ah este jovem caipira não tem cara de senador, não se parece nada com Aécio Neves, ou Requião ou Richa, ou o deputado tal. Mas quem vai encarar? E se o estelionatário fosse um assessor parlamentar autorizado?
Claro, aqui no Correio da Lapa esta notícia é ainda apenas um flash, mais do que um fato esclarecido e comentado, é apenas ampla especulação, alta chutologia. Aguardemos as investigações sobre o caso tão curioso e divertido.
E assim, o coitado do "Jonas" mergulhou no mar do consumo, mas em vez de dar na praia salvo pelas entranhas da baleia, vai mofar na cadeia. Wanderson não tem os olhos azuis de Leonardo DiCaprio no belo filme de Spilberg. Wanderson, de 27 anos, cheio de folhas cadastrais de pessoas famosas e ricas, não poderia ajudar os policiais federais e enfrentar outros meliantes melífluos?
Parece que ele é mais um pobre enxotado das ruas de maltratada cidade de Japeri ou de um shopping center em Nova Iguaçu porque ousou sonhar que poderia sair por aí gastando como os nossas excelências democráticas.
(*) Por Alfredo Herkenhoff