quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Jim Jones, o pastor, não o gen. Jim Jones de Obama. Vídeo antigo e lembranças atuais Chávez X Uribe

BY ALFREDO HERKENHOFF

Retrato dos Mortos por Envenenamento do "Coquetel Tim Tones", apud TheMarvellous Chico Anysio


Aqueles que não se lembram do passado estão condenados a repeti-lo

É o que diz o tabuleta na clareira amazônica da seita do pastor Jim Jones na Guiana. O pastor, bondoso que nem Satanás, vendo que ia levar uma dura de um deputado-investigador de verdade do Congresso dos EUA, decidiu matar o parlamentar e todos integrantes da comissão que o político formara, com repórteres nos quais o homem público confiava. Viajaram num pequeno avião para investigar denúncias de fanatismo e ladroeira, eram jornalistas e políticos que investigavam e produziam recortes de jornais... Anos depois da chacina dos membros da "CPI de Washington", reaparece aqui no Correio da Lapa esta novidade, esta velha "mentira" fadada a virar mais um recorte de blogue-jornal:

O Correio da Lapa informa: Jim Jones, o pastor americano, não o general de Barack Obama que viajou à América do Sul para explicar as bases militares na Colômbia... Lembranças do maior suicídio coletivo da era das seitas evangélicas radicais... 912 mortos 30 anos atrás na vizinha Guiana...

De lá para cá, tudo mudou. Só o nome Jim Jones repete o passado, ecoa como uma seita rimando com Senado, Jim Jones rimando com Indiana, e os jornalistas brasileiros, desdiplomados, agora como nunca dependentes de press releases e replays, com o suplente supliciador Paulo Duque dizendo que não há nada a apurar, há só recortes de jornais, não é nada, e ficamos todos a ver navios, ou melhor, abelhas cruéis que produzem não o mel da doce transparência, mas recatos, questão de ordem, Vossa Excelência, cacoetes protocolares, absolvições regimentais em doses dinossáuricas, anistia geral na Oca Alta, mesuras no Comichão da Ética, e cada um na Geleia Federal que compute ganhos e perdas na socialização midiática dos desgastes de imagem...

Neste samba lelê da guerra Colômbia versus Venezuela, temos ainda o regente Marco Aurélio Garcia, o contraponto de Lula para o Jim Jones de Obama, o assessor nacional do Brasil condenando o acordo Washington-Bogotá que tem dez anos de existência, mas condenando como se fosse algo novo, apenas reciclado pelo toque da nova Casa Branca Black. Marco Aurélio, do alto do seu Cavalo Imóvel, nunca condenou o sexo explícito de Hugo Chávez com los hermanos de Moscou, com o ditador anunciando nos últimos tempos uma aliança militar, simples operaçaõzinha conjunta tipo Unita em versão oriental.

Querer inventar guerra fria na pobreza amazônica é piada. A confusão por essas bandas é de corrupção endêmica, religiosa, bolivariana, cocainômana, fossilmente ideológica e sequestradoramente guerrilheira.

O Correio da Lapa sustenta a tese um tanto mirabolante de que os americanos de Obama na Colômbia apenas vão ampliar a fofoca Youtube contra Chávez e, de quebra, quem sabe, vender 40 ou 50 caças em oito anos para o Brasil numa pechincha, envolvendo transferência de tecnologia já quase de domínio público para a linha de montagem da Embraer em São José dos Campos.

OVIDEO DA ARTE DE AMATAR

A dramática reportagem da Rede Globo com Hélio Costa entrou para a História dos Recortes de Jornais. O pastor Jim Jones, qual José Sarney, dizia à época: Todos somos iguais. Jones quase enganou o congressista americano, mas quando este ia seguir de volta para Washington, foi esfaqueado qual Júlio César, hoje triste recorte de bronze no átrio do velho Capitólio romano. Depois da faca, os tiros...

"Morram, morram com alguma dignidade. Vamos acabar logo com isso. Acabar logo com essa agonia" Quem fala é o fanático religioso Jim Jones, o líder da seita Templo dos Povos. Num ponto perdido na selva da Guiana, ele comandava o suicídio coletivo de seus mais de 900 seguidores. O massacre aconteceu em 18 de novembro de 1978. A tragédia é até hoje um dos grandes símbolos dos efeitos nocivos da fé cega (late edition).