Dinheiro não tem sido a condição sine qua non de vitória nas últimas eleições do Brasil. O processo eleitoral, com o TSE proibindo quase tudo (afora o horário eleitoral na TV do setor privado, propaganda esta, aliás, que não é gratuita, mas subvencionada pela União), parece quase campanha-filhote da velha e draconiana Lei Falcão. Mas o TSE acaba de abrir a internet como um novo campo de embate democrático, numa escala sem precedentes.
Além dos gastos excessivos com propaganda na grande mídia ao longo dos anos, o governo de Lula erra em boa parte do conteúdo desta exibição: o PAC, por exemplo, tem mil burocracias e atrasos; o programa mirabolante de milhões de casas populares, foi lançado às pressas, dois meses atrás, sem orçamento claro, nem planejamento laro, nada, apenas embrião, ou factóide; os impostos multiplicados sobre produtos de consumo maciço, como o cigarro, e a mentira mil vezes repetida para ser verdade, como o petróleo do pré-sal, a 7 mil metros de profundidade, algo inviável a médio prazo, ou só factível daqui a uns 15 anos no mínimo. Essa técnica de propaganda, repetir mil vezes, a Oposição também já pescou, é uma herança de um chefe do período do nazismo, nada além, nada além de embotamento maciço da audiência. Mas o PT, por burocracia, insiste, insiste e vai virando refém de aliados que começam a cobrar fatura política cada vez mais alta. Os evangélicos, por exemplo, também vão querer fatias crescentes, a exemplo do PMDB.
Talvez seja tudo isso especulação de botequim da Lapa. Talvez... Mas você tem certeza?
Por Alfredo Herkenhoff