sexta-feira, 6 de março de 2009

AQUELE 8 DE MARÇO DE 2005

No Dia Internacional da Mulher, fizemos uma pequena homenagem à grande cantora na Gafieira Elite, onde se apresentavam Beto Monteiro e Dominguinhos do Estácio. Conversei com Carmen Costa que tinha prometido ir à festa, mas refugou uma semana antes devido à íngreme escadaria do velho dancing da Praça da República. Foi representada por Zilmar Basílio, que recebeu flores e um diploma de honra ao mérito, elaborado com dedicação por Paulo Oscar Saad e a turma toda do funil e do Bloco das Carmelitas. Carmen Costa, a rainha do maior bloco, nasceu como Carmelita Madriaga.
Carmen se queixou dos governos todos que vêm se sucedendo no Brasil e nunca resolveram a questão dos artistas na terceira idade. A tentativa de fazer uma grande festa no Bola em sua homenagem não se concretizou por inexperiência minha, talvez. Mas ela estava animada. Disse que só queria o violão de João de Aquino a acompanhá-la. "Com ele eu meu ajeito", disse Carmen aos 85 anos.
Carmen, não houve tempo. O pequeno baile acabou e você vai, vitoriosa, ser lembrada para sempre. Você nunca foi A Outra daquele inesquecível samba-canção. Você, como a Miranda, está na galeria de mártires da cultura brasileira, vítimas de uma indústria que, mal ou bem, terá de aprender a ser menos cruel.