O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, José Múcio Monteiro, bem que tentou num esquema de emergência retirar as assinaturas necessárias para esvaziar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Mas não conseguiu impedir a manobra do PSDB. A oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva instalou nesta sexta-feira a CPI para investigar supostas irregularidades na estatal. O pedido de CPI foi assinado por 32 dos 81 membros do Senado, ou seja, conta com cinco assinaturas a mais que as 27 exigidas pelo regulamento. Correligionários de Lula têm prazo até meia-noite de hoje para convencer seis parlamentares a retirar as assinaturas e abortar a instalação.
O governo tenta explicar a senadores que uma CPI prejudica decisões na maior empresa do país. Mas o vice-presidente do Senado, o tucano Marconi Perillo, que presidiu a sessão, sustenta que o Senado tem a obrigação de investigar qualquer indício de irregularidade. A oposição afirma que investigações da Polícia Federal e do Ministério Público mostram indícios de irregularidades na Petrobras. Entre as denúncias, supostas irregularidades na distribuição de royalties a municípios. Os parlamentares querem apurar ainda uma manobra contábil da Petrobrás para supostamente evadir R$ 3 bilhões em impostos.