sábado, 21 de maio de 2011

Renato e Emmy, uma linda história de amor, bodas de ferro no aço da CSN



Renato e Emmy

Uma Linda História de Amor

Por Alfredo Herkenhoff *

É uma linda história de amor a vida de Renato e Emmy. Renato a conheceu há exatos 70 anos, em 1941, na manhã de um 31 de agosto daquele ano, num passeio de barco no lago Erie, em Cleveland, Ohio. Renato Azevedo nasceu há exatos 95 anos, em 1916, num 25 de setembro daquele ano, em São Gonçalo do Sapucaí, roça perto de Varginha, Minas Gerais.

 Desde criança Renato sonhava com o ferro, a metalurgia, queria ser engenheiro. Renato foi descoberto por professores em Ouro Preto e convocado por Marcos Carneiro de Mendonça e Macedo Soares, dois titãs da brasilidade. Renato tinha 25 anos, já era engenheiro e funcionário da CSN antes da constituição formal da própria CSN porque integrava a comissão que, de fato, trabalhava nos EUA para a melhor transferência da tecnologia do aço em larga escala.
 
É uma linda história de amor o namoro que começou com uma paixão à primeira vista naquele 31 de agosto por parte de Emmy Dietrich, então uma jovem alemã, órfã e pobre, que havia emigrado da Alemanha em 1938, com a tia. Não eram judias, mas a tia alemã e a adolescente sabiam daquelas execuções de judeus. A tia decidiu assim: Não gosto de Hitler e isso não vai terminar bem. Vamos para os Estados Unidos.

É uma linda história de amor a paciência de Emmy, sua espera por seu Renato naquela correria da construção heróica da usina em Volta Redonda. Apenas namoravam em Cleveland sem maiores compromissos. Renato voltou ao Brasil em 1943. Correspondiam-se por cartas. Emmy esperava aquele dia, e foi num primeiro de abril que ele a pediu em casamento, dois meses antes do fim da II Guerra Mundial.

É uma linda história de amor a deste casal completando, agora em 2011, 65 anos de casamento carinhoso em todos esses dias. Casaram-se no Rio de Janeiro em 1946 e serão felizes até morrer. Renato e Emmy Dietrich Azevedo vivem em Volta Redonda, no bairro do Laranjal, curtindo a lucidez e a luta de filhos e netos. Rotina mansa, um olhar na saudade, um olhar na esperança no futuro que encurta por desígnios da natureza que vai pegando os nossos lugares e cedendo a outros amores, novos encantamentos... Ah! Esses jovens de hoje!

Quem ama a vida comemora com Renato e Emmy. São casais assim que merecem a nossa maior festa. E viver 65 anos significa comemorar as chamadas Bodas de Ferro. E Renato e Emmy logo chegarão aos 70 anos de plena felicidade, e teremos as Bodas de Vinho. Tim! Tim!

Não sei, não sabemos as datas exatas, mas claro que são todas datas especiais nessa linda história de amor. Parabéns Emmy! Parabéns Renato!  

Brasileiros e Estrangeiros! Estamos convocados pelo calor da emoção do amor universal a lançar um olhar sobre este casal desejando-lhe tudo de bom que mais houver nesta vida. É uma linda história de amor não só de Volta Redonda, não só do Brasil, não só da Alemanha, mas de mundo inteiro.

Se eu fosse prefeito de Volta Redonda, abria uma exceção na tradição da cidade de nomear ruas por números, em vez de nomes, e assim batizaria uma artéria, um praça, um parque com os nomes “Renato & Emy”, sinônimo de uma linda história de amor que merece a atenção especial de Benjamin Steinbruch e Dilma Rousseff. Como não sou prefeito, nem empresário e nem presidente, o que posso fazer é isso: contar uma linda história de amor, o amor que entre Renato e Emmy nunca vai ter fim.
Tim! Tim!


 * Dedico essas palavras ao colega Wlader Lúcio Lima, que faleceu  na segunda-feira,  16 de maio de 2011. Creio que Wlader, gerente de relacionamento da CBS Previdência (fundo de pensão da CSN), não tivesse talvez nem 40 anos de idade. Mas morreu num acidente pós-operatório, uma cirurgia boba de joelho. Wlader deixa criança para este mundo. Ele não pôde, como seu pai e como Renato Azevedo, entre outras pessoas de bem, curtir uma vida mais longa de luta e felicidade em Volta Redonda. Mas deixa o exemplo. E é dos bons exemplos que nascem as lindas histórias de amor.

 Wlader me acompanhava quando estive na casa de Renato e Emmy, em outubro de 2009, para uma longa entrevista com o casal, depoimento estampado no belíssimo livro do colega Nilo Dante sobre o fundo de pensão da CSN, lançado no ano passado, sob o título “CBS – 50 Anos Construindo o Futuro”. Nilo Dante também estava presente na entrevista no Laranjal.

 A propósito, o Prêmio Jabuti, que todo ano mexe nos quesitos, podia criar, um novo para estimular, futuramente, que livros comemorativos e institucionais, como este que ora citei, não sejam insossos, relatórios que ninguém quer ter em papel. O livro de Nilo Dante, “CBS - 50 Anos Construindo o Futuro”, não é encontrável nas livrarias, uma pena, apesar da tiragem elevada: quase 30 mil exemplares para a grande família metalúrgica. O livro do fundo de pensão mostra com excelentes ensaios de renomados escritores e jornalistas, além de bela iconografia, tudo de importante que rolou de 1960 a 2010, na CBS, na CSN, em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, no Brasil e no Mundo. Uma beleza de livro que enche Volta Redonda de orgulho e alegria, assim como também ficamos alegres quando vemos que vale a pena viver uma linda história de amor.