quarta-feira, 20 de maio de 2009

Collor de Mello na presidência da CPI do Petróleo

Collor é primário, a perícia, secundária e a absolvição, terciária, até o casal Nardonni tem esperanças...

Fernando Collor de Mello como presidente da CPI da Petrobras? É o papo que rola nas esquinas das cidades brasileiras. Alguns se escandalizam com a possibilidade. Por que? Collor foi absolvido no Supremo Tribunal Federal de todas as acusações. É senador da República, homem íntegro e, na tecnicalidade legal, primário. Defende Lula, cujos correligionários no PT tanto ajudaram a viabilizar o impeachment do Caçador de Marajás. Como é inocente aos olhos da Lei, a destituição de Collor foi apenas uma ação política com base em denúncias não comprovadas.


E se não for Collor, terá Renan Calheiros um lugar de destaque na CPI? Claro, são meras suposições. Ambos os senadores são primários. Renan igualmente se livrou de acusações e é um honrado senador da República. Cometeu erros no plano pessoal, pagou por isso, ficou no opróbrio, mas recebeu votos e isso não há condições políticas nem legais de alguém negar ou cassar.


A oposição do tucanato e do PFL (batizado com o nome de sigla idiota DEM) continua negociando intensamente os nomes para compor a comissão investigadora da Petrobras.
O prazo para que os partidos apresentem os nomes dos senadores que vão compor a CPI da Petrobras termina na próxima terça-feira, mas as negociações estão a mil por hora como se a investidura fosse rolar hoje.


Há partidos que já escolheram seus nomes. A oposição, que inventou essa CPI, quer escolher logo seus representantes. O PSDB escolheu três senadores: Álvaro Dias (PR), autor do pedido da CPI, Tasso Jereissati, um coronel moderno do Ceará antigo e Sérgio Guerra, de Pernambuco também de muitos caciques, frevo e cachaça. Guerra é aquele que diz que a CPI é da paz, é a favor da Petrobras. Em princípio, a oposição terá três nomes na CPI. Tudo em princípio. O PSDB terá dois dos três nomes internamente escolhidos na comissão. O DEM está insinuando que o Antônio Carlos Magalhães Júnior, o ACEmizinho, deva presidir a CPI. Mas os aliados do PDSB querem também nomear, preencher um dos dois cargos mais importante da CPI. DEM e tucanos irão brigar por cargos de alta exibição político-eleitoral na TV Senado?


As bancadas de Lula, por proporcionalidade, vão mandar na CPI, com oito das 11 vagas.
O PT vai de Aloizio Mercadante (PT-SP), o PTB vai de Collor, o PMDB vai de qualquer coisa, de Romero Jucá potiguar a brasileiros calheiros...
O presidente do Senado, José Sarney, lídimo representante dos eleitores do Amapá, não quer muito papo sobre a CPI da Petrobras. Quer dar uma de magistrado. Já fui presidente do Brasil, sabe como é... Vai cumprir o que manda o regimento. Dura lex sed lex, no cabelo só gumex e tinturas suaves...


A CPI vai investigar se a Petrobras deixou de pagar R$ 4 bilhões em impostos por meio de um ardil contábil, se superfatura serviços e insumos na construção de plataformas e refinarias, se favorece prefeituras com royalties e se favorece certos setores políticos na política de apoio a programas culturais. São denúncias tão genéricas que parece que Lula tem razão: a CPI é o início da campanha eleitoral. Está aberta a temporada da caça aos votos e, para isso, é preciso fazer o teatrinho da indignação, da suspeição, do denuncismo, do parece que roubam muito, mas cadê as provas? Senão mostrar prova cabal, o Supremo zera tudo lá na frente.
Alo CPI dos Nardonni


A perícia de São Paulo sabe que o casal Nardonni jogou Isabela pela janela. Mas qual dos cônjuges fez isso? Os dois ao mesmo tempo parece impossível. E foi um dos dois apenas, a pena dos dois não pode ser só uma. Quem jogou e quem não confessa o seu grau de participação: Nessa dúvida, o caso irá ao Supremo, e Gilmar Mendes terá, como Pilatos, a possibilidade de lavar as mãos ou dar uma lição processual. Condenar os dois pela pena máxima prevista no Código Penal? Ou condenar os dois pela pena mínima? Ou os absolve por insuficiência de prova cabal sobre a autoria material, de fato, do ato de jogar uma criança para o vazio da morte? Que tal desaforar o caso, enviá-lo para julgamento nos Estados Unidos? Não seria um bom intercâmbio? Alo Chancelarias...

Especulations by Alfredo Herkenhoff