terça-feira, 27 de outubro de 2009

Poerner chega aos 70 no fundo da noite do Leme

Poerner chega aos 70 anos de idade lançando livro sobre as noites cariocas

O escritor e jornalista Arthur Poerner resolveu comemorar a chegada aos 70 anos, cantando o seu bairro. Leme: viagem no tempo ao fundo da noite será lançado, com coquetel, no próximo dia 9 de novembro, segunda-feira, a partir das 19h, na Fiorentina, à Av. Atlântica, 458 (2543-8395), a cantina que foi, durante décadas, o principal ponto de encontro dos artistas e intelectuais no Rio de Janeiro.


O livro é uma versão atualizada, ilustrada e bastante ampliada da primeira edição, publicada em 1998, sob o patrocínio do RioArte, pela Relume Dumará, na coleção Cantos do Rio, que reuniu bairros e escritores como, entre outros, Lagoa (Carlos Heitor Cony), Vila Isabel (Aldir Blanc) e Cosme Velho (Cícero Sandroni).

Arthur Poerner, além de escritor e jornalista, é letrista (parcerias com Baden Powell, Candeia e João do Vale) e professor de Jornalismo aposentado na UERJ. Tornou-se nacionalmente conhecido, nos anos 60, no intransigente combate – sempre por artigos jornalísticos, livros e palestras – à ditadura militar, o que lhe rendeu processos políticos, prisão, nove anos de exílio e, com apenas 26 anos, o título de mais jovem brasileiro a ter os direitos políticos suspensos por decreto presidencial, do marechal Castelo Branco.

A BOOKLINK reeditou dois dos seus livros mais conhecidos: a 5ª edição de O poder jovem: história da participação política dos estudantes brasileiros e a 3ª edição brasileira do romance Nas profundas do inferno, baseado nas lembranças das torturas a que eram submetidos os presos políticos no quartel da Polícia do Exército da Rua Barão de Mesquita, no Rio, onde funcionava o DOI-Codi. O Leme expõe a face boêmia desse autor e militante político.

A um bairro autenticamente carioca como o Leme não poderiam faltar características morfológicas da cidade como o morro e o asfalto, devidamente representados na apresentação do livro pelo escritor e jornalista Cícero Sandroni, que ali residiu durante 12 anos, e pelo compositor Álvaro Maciel, diretor de Cultura da Associação de Moradores do Morro da Babilônia.